sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Parte 35 - O Mensageiro

Censura: 14 anos.
Motivo: violência.


- O segundo dia sem notícia de Raveneh... - disse Rafitcha aflita.
- Mandei um mensageiro... - falou Maria, tentando não aparentar ansiedade.
Johnny roía as unhas, preocupado. O que será que acontecera para Raveneh não mandar nenhuma carta? Andava de um lado para outro no quarto em que dividia com outros rapazes, mas se alguém entrasse, ele gritava escandalizado para sair. De modo que estava sozinho durante aquele dia. Lembrou-se da pergunta que Raveneh lhe fizera, de que se ela ficasse em perigo, ele iria salvar-la. Será que era o caso agora?
- O mensageiro chegou! - gritou Rafitcha.
Todos desceram até a sala de entrada aflitos: não havia ninguém que não gostasse de Raveneh. O mensageiro chegou montado num cavalo. Nath correu até o cavalo, tentando ajudar o rapaz para descer do cavalo. Mas ele simplesmente caiu molemente, fazendo a Nath desabar e ser ajudada por Doceh e Raven. Lych correu até Nath para tirar o peso do rapaz em cima dela.
- Meu Deus! - exclamou Rafitcha virando o rosto para o lado enojada.
- Não!... - sussurrou Maria pasma.
- Raveneh sofre sérios problemas - foi a resposta de Fer, fria. Ela vira aquela cena diversas vezes no seu passado, mas sempre a enojava.
Lych havia virado o rapaz. Ele simplesmente jogou a cabeça para trás, os olhos se turvando para cima, a boca aberta num espasmo, somente mostrando o céu da boca.
- Cortaram sua língua e arrancaram os dentes - disse Lych. Analisou as vestes rasgadas e ensangüentada, e completou: - cortaram sua gargante. E falta-lhe quatro dedos, dois de cada mão.
- Oh, meu Deus! - exclamou Rafitcha. Ela sentiu-se muito tonta, e desabou no chão, fechando os olhos.
- Rafitcha! - exclamaram todos.
- Dêem água para ela - Nath disse já de pé - carreguem-o para dentro, faremos um velório decente. Mais alguma coisa, Lych?
- Verei o cavalo. - foi a resposta de Lych.
Todos entraram no navio menos Lych e Doceh para levarem o cavalo para o pequeno estábulo. Estavam bastante desolados: o mensageiro era um homem bom e honrado, e ser morto não era nada bom.
- Lych, como pôde? - exclamou Doceh pesarosa.
- Vai ficar tudo bem, querida - Lych disse - vai ficar tudo bem...
- Tudo bem? Mataram o mensageiro! A Raveneh deve estar numa masmorra fria e...
- Não foram os soldados do Rei - Lchy afirmou.
- Como você pode saber? Quem mais faria isso?
- Você se lembra da Primeira Guerra, não é? Você lembra de como o Rei matava.
- Sim, ele simplesmente mandava dar um corte profundo nas coxas e... - Doceh mordeu o lábio inferior.
- Pois é - Lych disse - este pode ser tão cruel quanto, mas dentes arrancados? Não...!
Doceh cruzou os braços, observando Lych levar o cavalo calmamente para o estábulo.
- O cavalo tem sela - comentou Lych - o mensageiro não gosta da sela, lembra? Só usa as rédeas...
- Tem uma caixa presa na sela - observou Doceh num sussurro.
Pegaram a caixa. Uma caixa pequena, de madeira. Lych abriu a caixa, fazendo Doceh quase desmaiar com o conteúdo da caixa.
Um papel pequeno. E ao lado, um dedo. Provavelmente um dos dedos arrancados do rapaz.
"Estamos fazendo um colar com os dentes. Está ficando bonito. Tenho certeza que o mensageiro é a própria mensagem: não tente tomar isso aqui."
Doceh gelou. Não era o Rei. Eram simplesmente os nortistas, conhecidos por sua crueldade absurda, pela sede de sangue.
Raveneh tivera o azar de ser prisioneira do pior tipo de gente possível.

3 comentários:

Unknown disse...

:oooo
esses nortistas.... me fazem lembrar os noobs lol

pelo andar da história ainda tem muito capitulo pela frente *o*

Estou a A-D-O-R-A-R

=****

Unknown disse...

sangue =X
a história tá ficando ótima *-*

Unknown disse...

tô postando com a conta do meu primo

by Rafinha =P