sábado, 1 de setembro de 2007

Parte 36 - Inferno

Censura: 14 anos.
Motivo: violência.
Eu avisei. Não me responzabilizo pelo nojo ou pesadelos causados por esta historinha.


- Mocinha, pode gritar, sabia? - disse um dos homens rispidamente.
Raveneh estava com as mãos e os pés atados, e completamente vendada. Não podia ver nada, como se isso fosse possível com a escuridão dentro da masmorra onde ficavam os prisioneiros. Suas vestes estavam rasgadas e sujas. Escutou um estalo. Gelou: isso fazia dos piores relatos que lia de vez em quando. Mas nunca imaginava que iria acontecer com ela, um dia.
- Prepare-se, minha linda... - o homem disse - não vai doer nada, só um picadinho...
E no "picadinho", algo estalou nas suas costas, fazendo-lhe gritar. Estava sendo chicotada. Outro estalo, mais outro, mais outro.
- Tem que chegar nos 100, Jofre - disse outro homem entre risos - mas queremos a moça viva... ela é tão bonitinha. Mas se ela começar a estragar, a gente para, tá? Porque tá tristinha, bonitinha? Dê um sorriso aí, vai!
A voz demonstrava zombaria, desprezo.
Raveneh cuspiu.
Outra chicotada veio-lhe, dolorosa. Raveneh tinha certeza que as suas costas estavam em carne viva, e faria qualquer coisa para ser tirada daquele inferno.
- Jofre, pode continuar. Quero ver essa mocinha lutando pra viver - dsse uma voz com zombaria - sabe, o espetáculo pela vida é algo emocionante... Eu até choro, acredita?
Raveneh escutou risos. Conteve o ódio.
Um sentimento nascia dentro de si, rugia como um leão. Nunca sentira tal sentimento.
Ódio.
As fadas do tipo de Raveneh costumam ser boas e pacientes. Mas não são otárias. Para ficarem com ódio, é difícil. Mas quando ficam, não há quem os contenham.
Nem mesmo os nortistas cruéis.
Raveneh mordeu os lábios. Jogou a cabeça para trás. Já não sentia mais dor, estava insensivel. Riu.
Riu muito.
- O que está pensando, bonitinha? - perguntou grosseiramente um homem - Jofre ainda tem que chicotar mais algumas vezes... nós não terminamos com você...
- E nem vão terminar. - Raveneh disse.
A voz não era dela. Raveneh tinha uma voz doce, um eterno sorriso. Mesmo que tudo desabasse em cima de Raveneh, ela sorria e lutava. Era essa qualidade tão admirada pelo povo das Campinas, a habilidade de tentar e tentar inúmeras vezes, sem desistir. Ela não era brasileira, mas também não desistia nunca.
Mas a voz que Raveneh usou era rouca, sinistra. Até os homens se arrepiaram.
Jofre ficou paralisado, com o chicote na mão, sem se mover. Raveneh se levantou, e arrumou suas vestes que estavam rasgadas.
Parecia uma cena de Elfen Lied, quando a Lucy fica com muita raiva e trucida quem estiver no caminho. Mas se você não assiste Elfen Lied e não sabe quem é a Lucy, vou simplesmente dizer que a Raveneh somente se levantou, encarou os homens com um olhar bem estranho, com o cabelo preto caindo sobre sobrew os olhos e simplesmente rosnou:
- Agora o inferno mudou...
Eu fico sem palavras para descrever o que houve em seguida. Só se sabe que os homens se viram desarmados: os chicotes e outros instrumentos de tortura estavam voando em volta deles. Raveneh deu as costas, deixando os homens sozinhos com todas aquelas coisas de pontas malignas e afins pairando em volta. Quando Raveneh conseguiu destrancar a porta sem precisar tocar nela, os instrumentos que estavam voando agiram. E os homens se viram tendo facas cravadas nos estômagos ou chicotes sendo estalados nas costas ou alicates arrancando as unhas.
Raveneh deu um sorriso frio. Sabia somente que a liberdade estava lhe sendo devolvida.
Sabia que não estava sendo ela mesma.
Mas naquela hora, já não sabia mais quem era ela.

Um comentário:

Unknown disse...

Nossa ._.'
Quanta violêcncia *--*
LOL
A Raveneh se de monstrou hein?
*medo*

=*