quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Parte 13 -Renegada ansiosa, Fer irritada

A noite estava completamente estrelada e tranquila, de modo que nas campinas as pessoas dormiram tranquilas.
Todas menos uma: Renegada.
A Renegada estava deitada em cima de cobertas , roendo as unhas de preocupação. Já estava morrendo de culpa
e não queria nem imaginar o que poderia lhe fazer se descobrissem a sua ligação com o Rei. Se desse pra trás, o
Rei matava a única razão da vida da Renegada. E se continuasse, seria a cabeça da Renegada a rolar. Nunca se
sentiu tão indecisa na vida. Lembrou-se de cada palavra que o Rei usou quando ela perguntou o que ele faria se
ela desse pra trás. Lembrou-se do tom cruel contido na sua voz. Lembrou-se do brilho maligno no seu olhar.
Chorou. Nunca se sentira tão triste, tão impotente. Ela tinha poderes, mas se os usasse, iria quebrar o pacto
que reinava sobre as campinas e nas terras das fadas há dez anos. Mas precisava impedir o Rei de ter a sua
vingança. Mas não sabia como fazer-lo. Só sabia que tinha que tentar uma nova reunião de novo. Pela manhã
partiria, dizendo que iria tentar algumas coisas lá fora. Tinha que tentar.
Não sabia como fazer, mas sabia somente que o primeiro passo dependia dela.

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Raveneh estava comendo morangos junto com Rafitcha e seu irmão Johnny, nas campinas. Todos estavam pelos
lados brincando alegremente. O sol brilhava radiante, essas coisas de um dia alegre e tal.
Vinha uma garota morena. Resmungava, e usava uma camiseta branca e calça azul-marinho. E estava descalça.
Usava também um cinto bege, onde tinha espaços pra colocar armas.
Raveneh estava aprendendo os nomes de todo mundo, e sabia que aquela garota se chamava Fer, e era quem
corria atrás da Maria Jhujhu no dia que chegou às campinas. Esta garota tinha somente 14 anos de idade, e
já tinha passado um bocado de coisas sinistras e assustadoras. Amarrava seus cabelos num coque, e atirava
punhais, cravando bem no meio das árvores. E todos os dias podia ser vista perto do rio lavando as armas que
usava no rio, antes de entregar-las à Umrae.
Raveneh podia ver-la conversando com Umrae. Umrae, uma boa moça, abanou a cabeça e a garota Fer tinha
ficado muito irritada. E as duas passaram a discutir.
E Umrae fechou a porta, deixando uma Fer, Assassina Sem Fim (sim, era o seu apelido x.x) falando um monte
de palavrões.
- Que houve, Fer? - perguntou Rafitcha limpando a boca do suco do morango.
- Ah, imagine só - reclamou Fer, sentando-se perto do trio - Umrae não quer me entregar as armas ò_ó
Raveneh riu, mas logo ficou séria diante do olhar raivoso de Fer.
- Mas porquê? - indagou Johnny. Isso era novidade.
- Umrae disse que são regras. Mas desde quando isso aqui tem regras? - Fer estava realmente muito mal-humorada.
- Maria é a chefe disso aqui - falou Raveneh - por que não pergunta à ela?
Fer não respondeu, somente fuzilou Raveneh com os olhos.
Raveneh se calou. Desafiar Fer não era um ato inteligente.
Desafiar qualquer das pessoas ali não era uma coisa inteligente - primeira coisa que um novato naquelas campinas aprendia.

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