A capital era enorme, meio cinza, meio cor-de-areia. E dava pra ver de onde Raveneh e Renegada estavam o enorme castelo construido pelo rei. As mulheres ficavam em silêncio e uma expressão muito séria no rosto. As crianças sorriam e gritavam.
- Wooow! - exclamou Raveneh - parece que ninguém canta por aqui!
A Renegada então, pegou um banco de madeira (não me perguntem como u_ú), puxou Raveneh e as duas subiram no banco (lembrem-se: as fadinhas eram pequenininhas).
- Vamos cantar aquela música que cantam em bares onde você nasceu... - sussurrou Renegada - sabe, aquela "tanraram..."
- Ok - a outra concordou.
E as duas começaram, abrindo bem os braços e berrando em uma cantoria muito afinada e doce:
"Lalalalairaaraaa... tanrararararmmm...
Se um dia você foge!...
Se um dia você some!...
Sempre quero tratar de amores!...
Sempre quero amar-lo!!"
Aí somente a Renegada cantava, fazendo todos se virarem surpresos. Alguns estreitaram os olhos, e as crianças corriam rindo da cantoria inédita.
"Wooow, wow, wow, wow, woowww!!... YEAH!
Eu sei o que você fez...
Yeah! Não me pergunte nada!
Eu sei quem você é...
Eu sei que você faz...
Eu sei! E isso é o que importa..."
A Raveneh, não querendo ficar pra trás, tentou usar alguma mágica aprendida na infância. Somente conseguiu causar chuva, mas não desistiu:
"Wooow! É tudo o que queremos!
É tudo o que dançamos!
Felizes até demais!..."
- Basta! - exclamou uma voz muito grossa em algum lugar. - não se pode cantar nesse recinto sem autorização do rei u_u
- Tá - falou Raveneh com um olhar zangado - e onde conseguimos essa autorização?
As crianças começaram a rir.
- Que foi? - falou Renegada com uma voz muito irritada.
- Há muitos e muitos anos que ninguém canta... - sussurrou uma mulher meio cabisbaixa.
- O QUÊ? - berrou Raveneh - eu vou imediatamente ver com esse rei! Que tipo de vida vocês levam, afinal?
Raveneh e Renegada imediatamente assumiram um ar muito importante e seguiram o caminho até o castelo. A medida que iam caminhando, viam imagens e citações:
"O Rei..."
"Lembra daquela menina da casa vizinha da sua prima? Foi exilada para as Terras de Gelo..."
"Oh, não, ela? Mas ela não fez nada!"
"Conseguiu voltar..."
"O Rei Mo..."
Caminharam contritas, até chegar no imenso castelo de pedra. As gárgulas continuaram silenciosas como deviam estar. O imenso portão se abriu para as duas meninas, e foi revelado um tapete vermelho. Estavam prestes a se depararem com o Rei daquele Reino Muito Chato, que estranhamente não tinha nada de chato...
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