quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Parte 17 - Colheita de Batatas

Dizer que vai pegar sangue de uma pessoa é uma coisa.
Conseguir pegar esse sangue é ooooutra coisa.
E Maria não teve muita sorte nos seus primeiros dias de tentativa.
Mas felizmente a oportunidade perfeita apareceu na semana da colheita de batatas. Só precisava pensar e agir!

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- Olha só, Renegada! - exclamou Raveneh - que batatas suculentas! Perfeitas!
Estavam Renegada, Raveneh, Rafitcha e Johnny. E todos riam com a admiração de Raveneh. Parecia uma criança rindo e pulando
por aí, toda contente.
- Eu prefiro morangos - Johnny comentou - mil vezes morangos do que batatas!
- Pois eu AMO, sou APAIXONADA por batatas! - retrucou Raveneh rindo - principalmente batatas fritas!
- Que troço é esse? - perguntou Rafitcha.
Raveneh fez uma cara espantada.
- Como assim, vocês NÃO SABEM O QUE SÃO BATATAS FRITAS?????? - perguntou com os olhos bem arregalados.
- Mmmmm... não - disseram Rafitcha e Johnny ao mesmo tempo.
- Oh, My Gooood!!! - Raveneh suspirou - pois eu farei batatas fritas e eu prometo que vocês vão amar! Promessa de fadinha *O*
- Wow, vou ter o maior prazer de experimentar - ri Johnny - qualquer coisa que seja cozinhada por Raveneh é algo delicioso.
Raveneh sorri. Sorri até demais pra alguém que recebe um elogio.
- Ok - Rafitcha fez uma cara risonha - hey, olha Maria aí!!! - disse. De fato Maria vinha toda imponente, como sempre.
E junto com Maria, vinha um rapaz de rosto redondo e vestes caras.

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- Maria, você precisa pegar sangue da Renegada? - Raven exclamou surpreso.
- Exato. E eu preciso que você me ajude nisso - Maria confirmou, encarando Raveneh, Renegada, Rafitcha e Johnny de longe. Se
sentia feliz em ver como Raveneh fez tanta amizade com Rafitcha e Johnny. Os três não se desgrudavam mais.
- Meu Deus, e como você pretende fazer isso? - interrogou Raven. Maria deu um riso sarcástico.
- Com você, é claro - respondeu - você precisa ir lá e tentar cortar Renegada. Aí eu dou meu jeito.
- E como vou cortar Renegada? - Raven já estava pasmo - e fazer-la sangrar?
Maria sorriu.
- Núbo, não me importa como. Só me importa que você consiga.
Raven baixou a cabeça. Nunca conseguia dizer "não" para a sua melhor amiga. Principalmente quando ela lhe chamava de "núbo".
Diabos, lá vai eu tentar fazer uma menina esquisita sangrar, pensou amargurado.
Cortar com uma faca não ia adiantar, Raven analisou. Era preciso a Renegada levar um belo tombo! Se levasse o grupo até a margem
do rio, cheia de pedras, poderia conseguir.
- Hey, vocês aí! - chamou Raven.
- Olá, Raven - cumprimentou Raveneh sorrindo - colhendo batatas também?
- Oh, não, eu vou pescar - respondeu Raven - querem ir comigo?
Raven podia não ser mágico, mas se tinha um talento era persuadir as pessoas. Podia ser político ou advogado. Sempre conseguia
convencer as pessoas de tudo, inclusive chamar povo pra passear num rio em dia de colheita.
- Não, obrigada - respondeu Raveneh - me desculpe, mas estou muito empolgada com essa coisa de batata aqui, sabe.
- Que pena - falou Raven - Rafitcha? Johnny? Renegada?
Todos negaram.
- Então vou ter que ir sozinho? - Raven fez uma cara de cachorrinho pidão - que pena, hoje o rio tá bom. E nem por quinze
minutinhos lá no rio?
Os quatros pararam, mas depois de cinco minutos, Raven conseguiu levar os quatros para a margem do rio.
Mal chegou, conseguiu provocar um tombo em Renegada. Havia se posicionado bem atrás, e naquela coisa de "anda logo!", a
acabou empurrando a garota bem quando passava em um trecho traiçoeiro. A Renegada caiu, e ficou gemendo, segurando a
perna direita. Havia se esfolado toda.
E um corte se abriu, deixando derramar sangue.
- Meu Deus, Renegada! - exclamou Raveneh parando tudo, e se sentando entre as pedras para ajudar a amiga.
- Pano, pano pra estancar o sangue! - pediu Johnny - chame alguém!!
- Que diabos aconteceu? - Maria indagou.
Maria apareceu magicamente.
- Que diabos você tá fazendo aqui? - perguntou Johnny intrigado.
- Eu vinha tomar banho de rio, ué - respondeu Maria - meu Deus, a Renegada caiu?
- Não, criatura, eu 'tou tomando banho, não vê? - retrucou Renegada - claro que eu caí aqui!
- Sua toalha, Maria - falou Rafitcha - perfeito! A toalha, rápido!
Maria se ajoelhou diante da Renegada, e entre a toalha, colocou um vidrinho debaixo da perna da garota. E o sangue escorria
pela perna e pingava no vidrinho.
A Renegada nunca sentiu tanto medo na vida.
Era somente um corte, mas sangue para as fadas é algo precioso, que nunca deve ser desperdiçado.

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