- Notícias! - exclamou Rafitcha com um sorriso - e boas!
Logo todos se puseram ao redor de Rafitcha, que desenrolava um pedaço de tecido. Provavelmente Johnny não estava com papel nenhum, aí achou um manto qualquer e arrancou um pedaço de tecido. Somente se conseguia ler algumas palavras:
"Raveneh está viva e comigo. Quando pudermos, voltaremos"
Maria suspirou. Pelo menos, estava bem. Se bem que Johnny não havia falado nada a respeito disso... somente que estava viva... Mas afastou essas preocupações.
- Bem, que ótimo! - Fer exclamou - Johnny gosta de Raveneh, vai cuidar bem dela.
- Eu queria que viessem logo - comentou Nath - eu poderia cuidar dela e tudo...
- Eu sei, Nath - Umrae concordou - eu também acho isso. Mas vai que Raveneh não pode nem andar e...
- Cala a boca, Umrae! - exclamou Rafitcha - quer virar essa boca pra lá?
- É isso mesmo, Rafitcha u_ú - concordou Fer - ela só precisa de descanso. Só.
- Aham - Umrae, porém estava pessimista.
E ela desejava ardemente que estivesse errada.
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Johnny rói as unhas. Consegue lembrar-se de alguns encantamentos ensinados na escola, e assim tirar sujeiras da água que estava parada fazia dias num balde em casa. De modo que a água estava limpissima (desculpe, mas não lembro onde fica o acento nessa palavra x.x).
Raveneh teve um sono tranqüilo durante a noite, coisa que Johnny não sabia se era bom ou mau. Se bem que ele supôs que era bom... Quando o sol começava a dar suas caras, Raveneh emitiu o primeiro sinal de vida: mexeu os braços. Johnny se sobressaltou, e logo se sentou a beirada da cama.
- Hmmm... - murmurava Raveneh de olhos fechados - hmmm, não... não... hã?
Raveneh abriu os olhos, logo tendo um aspecto confuso.
- Onde estou? - perguntou.
Johnny logo sorriu. Raveneh estava viva e podia se comunicar! Ficou tão contente, que mal pode disfarçar a excitação na voz:
- Em... bem, numa casa qualquer.
- Johnny? - indagou Raveneh como se tivesse dúvidas.
Johnny ficou ainda mais empolgado. Raveneh podia reconhecer-lo!
- Sim, eu sou Johnny, lembra? - disse Johnny - eu... eu fui atrás de você, e aí você estava tentando fugir e...
Logo se calou, antes que ele viesse com algo como "e aí eu te salvei". Soaria muito heróico para o gosto de Johny.
- Sim, acho que me lembro - comentou Raveneh. Ela se sentou, fazendo uma careta de dor - ai!... Ahãm... não consigo lembrar direito, estava tão cansada!
- Como você fugiu de lá? - perguntou Johnny.
Raveneh levantou os olhos. Tentou puxar pela memória, mas realmente não conseguia se lembrar: como conseguira fugir? Era uma pergunta que ela não sabia a resposta...
- Não sei. - respondeu por fim.
- Não sabe? - Johnny ficou perplexo - como não sabe? Fugiu de lá e não sabe como...
- NÃO SEI! - gritou Raveneh - NÃO SEI! Não sei como fugi, não sei! - Raveneh caiu em prantos - não sei...
Johnny ficou mudo. Não era intenção dele fazer Raveneh chorar, por isso se sentiu culpado.
- Raveneh, calma - murmurou Johnny depois de um silêncio incômodo - ninguém quer que você se lembre...
- Não consigo me lembrar... - choramingou Raveneh depositando o rosto molhado de lágrimas no ombro de Johnny.
Johnny suspirou. Não era exatamente com isso que sonhava quando partiu de Campinas. Lembrou-se da última conversa normal que tiveram, quando Raveneh perguntou se ele a salvaria e a sua resposta foi que era mais provável que ele que fosse o socorrido. Agora percebeu que Raveneh tinha praticamente previsto: ela estava em perigo, e ele a salvou. Não tinha nada mais conto de fadas. E agora viveriam felizes para sempre?
Era essa a pergunta que Johnny se recusava a responder.
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Siih estava na Assembléia, no trono macio feito de nuvem encantada. Observou todas as meninas da Assembléia (sim, não existem homens na Assembléia. Não é discriminação, é simplesmente porque nenhum homem quer ficar no Conselho. Um absurdo u_ú): Maria, como sempre, com vestes escuras de lã, características das Campinas. E as outras fadas. Sim, Maria era a única estrangeira ali.
- Siih, as duas novas especialistas chegaram - anunciou Lefi - sabe, as que foram selecionadas nos ENAM's... elas ficaram em primeiros lugares, Siih.
- Ah, sim! - exclamou Siih - claro! Mande-as entrar, elas estão atrasadas! O que houve, se perderam a caminho?
Lefi deu um sorriso e logo abriu a porta, revelando duas meninas. Uma tinha um enorme cabelo, liso e preto e vestia azul. A outra era morena também, mas seu cabelo não era tão preto nem tão liso como o da menina de azul. E esta usava rosa.
Toda a Assembléia calou-se.
Lefi disse, então, com uma voz de trovão:
- Essas são as duas selecionadas nos ENAM's (N/A: Exames Nacionais de Magia ^^') que irão participar do Conselho. Gika Branca, por favor... - e a menina de cabelo bem preto e liso deu um passo a frente. Maria notou que a menina estava com o rosto da mesma tonalidade que um tomate, de tão envergonhada que estava - e Veronica G.
Todo mundo continuou do mesmo silêncio que estava, e Gika, toda vermelha, começou seu pequeno discurso de apresentação:
- Err... eu me chamo Gika Branca, e err - engoliu em seco. Diabos, porque as fadas tinham que olhar todas para ela? Não tinha nada mais que fosse interessante na sala não?? - estudei na Academia Púrpura II, e err...
Mas todo mundo continuou olhando para a Gika, e ela ficou muito vermelha e somente sussurrou um:
- Bem, obrigada.
E recuou, cutucando a Veronica.
- Que é? - cochichou Veronica.
- É você! - respondeu Gika entre cochichos. Veronica deu um suspiro indignado e disse:
- Eu me chamo Veronica G, estudei na Academia Púrpura II junto com a Gika e...
E calou-se, tal como Gika. Agradeceu em um tom bem baixo, e tudo ficou silencioso novamente.
Ficou assim durante cinco minutos, até que Siih resolveu quebrar o silêncio:
- Bem, vocês ficarão naquelas poltronas. Sejam bem-vindas! E espero que façam uma boa participação no Conselho... Bem, começaremos a reunião, não?
Um comentário:
EU APARECI EU APARECI EU APARECI *lol*
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