Chegou o momento mais temido *-*
Siih estava vestida de preto, enfiada em um belo vestido preto feito de seda com flores brancas bordadas e seu cabelo castanho mantinha-se em um coque muito bem arrumado. Sentava-se numa cadeira, na sala feita de gelo diante do Rei. Estava sozinha, e ninguém se preocupou com isso porque as mãos do Rei estavam atadas pelas finas cobras, e estas faziam o completo trabalho.
Gika e Vê estavam vestidas de vestidos brancos com mantos cor de creme por cima, e broches em formato de escaravelhos feitos de ouro que prendiam os mantos: era a habitual vestimenta dos iniciantes dos servos da Rainha.
- Lala, estrategista militar das Kudöeken - anunciou uma Guardiã Real serenamente - Maria Jhujhu, governante das Campinas e Renegada, membro do povo das Campinas. Estão todas aqui e desejam falar convosco, Vossa Majestade.
- Permita-as entrar - disse Siih calmamente.
Uma por uma entraram.
A Lala entrou, e fez uma reverência, sendo seguida por Maria e Renegada. Siih olhou para cada uma das três, minuciosamente.
Lala, pensou consigo, parece inteligente e disposta. Maria a mesma coisa. A Renegada está calma, que surpresa! Será que ela imagina o que virá por vir?
Renegada, aparentemente, estava calma. Mas por dentro se roía de nervosismo. Será que descobriram seu maior segredo? Imaginava o que poderia acontecer: não seriam somente amizades desfeitas e laços de confiança quebrados. Se este segredo que ela guardava há anos viesse a tona, teriam mais um motivo para uma guerra!
- Lala de Kudöeken, Maria Jhujhu das Campinas e Renegada das Campinas - disse Siih se levantando.
- Vossa Majestade - disseram as três em coro.
- Eu as chamei aqui para tratar de um assunto muito sério - disse Siih - o Rei de Heppaceneoh foi capturado e se nega a transmitir informações. Rei de Heppaceneoh, trouxe a Lala para coletar informações suas.
- Ah, claro - o Rei zombou - com o quê? Alicates ou água fervente?
- Bem, as fadas são bem melhores que isso, sabe! - retrucou Lala.
O Rei deu um sorriso zombeteiro, do tipo "duvide-o-dó". Lala mordeu o lábio inferior de irritação e voltou-se para a Siih.
Siih deu um frio sorriso e voltou a sua atenção para Maria e Renegada:
- Queremos vocês duas no interrogatório. Maria, somente porque o assunto é de seu interesse. Renegada, a mesma coisa.
Estalou os dedos, e as cobras finas e brancas chiaram e se desfizeram.
Iria começar o interrogatório.
--------------------------
- Johnny? - pergunta Raveneh meio tonta.
- Trouxe presentes - disse Johnny sorridente - você gosta de chocolates?
- Amo - murmurou Raveneh se sentando na cama e esfregando os olhos - Johnny, você trouxe chocolates?!
- Claro que sim! - murmurou Johnny - Nath recomendou, disse que chocolates fazem bem :) Aí eu comprei um monte!
- Ahhh! - Raveneh disse. Mas imediatamente mudou de postura, ficando mais ereta e provocante - que amor! - disse em uma voz completamente diferente, uma voz rouca e sensual - comprou chocolates para a Raveneh?
Johnny levantou o rosto surpreso. Não era possível! Justo agora?
- É, querido Johnny, justo agora! - murmurou Raveneh rindo - chocolates deliciosos, ao que parece!
- Raveneh? - perguntou Johnny pasmo.
Raveneh bufou impaciente, e se levantou da cama. Johnny ficou boquiaberto, afinal a Raveneh 'normal' não conhecia nem se mexer sem soltar um gemido de dor. E a Raveneh 'estranha' estava ali a sua frente, andando para todo lado.
- Raveneh?? Mas você não conseguia... - Johnny começou, ao que a Raveneh 'estranha' interrompeu bruscamente:
- Eu não quero saber! Meu nome não é Raveneh! Nome de santa, aff! - resmungou consigo mesma - ah, eu tive o paraíso naquele castelo, nas danças...
- Danças? - Johnny indagou.
- Sim, danças e só - murmurou Raveneh 'estranha' - meu nome é Catherine. E ai de você se não me chamar assim.
- Catherine...
A Raveneh 'estranha' que agora era Catherine sentou-se na beirada da cama, e olhou em volta.
- Legal esse quarto - disse - Johnny, o que a Siih queria com a Renegada?
- Quem é Siih?
- A Rainha - Catherine fez uma cara entediada.
- Não sei, Catherine - respondeu Johnny - e depois, o que você está fazendo aí? Raveneh, você está me pregando uma peça? Porque eu não estou gostando dessa história.
- Uuuh! - murmurou Catherine zombeteira - claro, você é tão certinho! Quer a sua amada Raveneh de volta e entupir-la de chocolates? Chocolate engorda, sabia? Sabe, Raveneh já vai engordar o suficiente quando tiver um filho seu... Qual vai ser o nome do pimpolho?
Johnny ficou tremendo, não sabia porquê: de raiva, ódio, medo, angústia.
A Catherine continuou tagarelando, até que Johnny se enfureceu.
- Basta! - gritou - não aguento mais! Se quer tomar o controle do corpo da Raveneh, que seja! Mas não venha encher meus ouvidos! Volte para a cama agora!
- Uiii! - sussurrou Catherine - o que vai fazer? Me chicotear? Me bater?
Johnny ergueu o rosto sério.
- Você seria mandada para um hospício se descobrissem sobre você... - disse Johnny - sabe, personalidades múltiplas não é muito comum por aqui.
- Ah, cala a boca, Johnny - riu Catherine - estou há séculos esperando poder agir como uma pessoa normal! Sabe, não ser a voz "da consciência" de Raveneh. Ah!, mas se ela soubesse o que moveu suas ações!
- ò.Õ uuhõ - fez Johnny com uma expressão surpresa, pasmo, divertido, tudo ao mesmo tempo.
- Sabe, Johnny, eu ODEIO Raveneh! Odeio, odeio, odeio!!! - exclamou Catherine emburrada - eu odeio muito³³³!!!!
- Catherine - e Johnny fez uma pergunta que nunca acreditava que iria fazer aquela personalidade estranha de Raveneh - quer um chocolate?
Catherine deu um sorriso.
- Mas você é um amor, Johnny! - disse - oh yeah, quero.
Catherine escolheu um chocolate em formato de morango na cesta, e comeu-o devagar, mordendo cada pedaço de forma lenta e paciente, sempre olhando para Johnny. E de repente, ele (Johnny) ficou muito vermelho. Achou o ambiente quente, e que estava tudo muito esquisito. Pensou em abrir a janela, mas logo a porta se abriu.
- Olá, pessoas - disse Nath sorridente lendo uns papéis - eu trouxe o remédio de Rave...
Parou vendo a cena estranha: Johnny todo vermelho feito pimenta e Raveneh/Catherine sentada na cama comendo chocolates.
- Raveneh, conseguiu andar? - perguntou Nath alegre.
Catherine olhou para Johnny receosa: e seu tom entregasse que ela não era a Raveneh normal?
- Sim... - murmurou Catherine tentando conter a voz e ter um jeito submisso - eu consegui...
Johnny engoliu em seco. Precisava falar sobre aquela história com Maria, Rafitcha, Nath, qualquer um!
Senão ele iria enlouquecer com essa Catherine que estava, cada vez mais, aspirando atitudes perigosas...
Um comentário:
Mel Deus o.0
eu preferia a Raveneh...o.O
Postar um comentário