Não foi só Lala, Maria e a sua acompanhante (Renegada x.x) que foram ao Reino das Fadas. Johnny, Doceh, Lych e Rafitcha também foram, sob diferentes argumentos: Johnny queria comprar doces, Doceh iria a loja de poções mágicas, Lych precisava comprar armas e Rafitcha tinha que comprar sementes e coisas que estavam em falta nas Campinas, pois a cidade fora tomada pelos nortistas.
Ninguém entendera porque Renegada estava indo com a Maria. Ouviram dizer que ela fora convocada pela Rainha, e ninguém entendeu bulhufas disso. Mas ninguém ligou muito para o fato, pois todos estavam concentrados na recuperação de Raveneh, que ainda não conseguia andar sem se sentir tonta. Para evitar nervosismo, ela foi poupada de notícias como a Renegada sendo convocada.
Havia duas bonitas escadas rolantes de cristal, uma que subia em direção aos céus e a outra que descia do meio das nuvens. Maria, junto com o grupo, foi na escada que subia. Ninguém ali era iniciante: todos já foram no Reino das Fadas. Johnny e Rafitcha, inclusive, nasceram lá e estudaram juntamente com as fadas. Eram humanos normais, porém tinham cidadania de fadas, logo eram reconhecidos no Mundo das Fadas como cidadãos. Lych e Doceh foram muitas vezes (os primeiros dias da lua de mel se passaram no Reino das Fadas), e Renegada era uma fada das trevas. Ninguém sabia disso, mas dava para se perceber só pela sua expressão, que ela estava habituada.
Chegaram a Praça dos Sete Anjos, que serve de "seja bem-vindo" aos visitantes.
- Bem, nos separamos por aqui - disse Maria.
- Sim - disse Rafitcha - venha, Johnny. Tchau, povo.
Lych e Doceh se despediram também e foram na direção norte, enquanto Johnny e Rafitcha foram para o oeste. Já Lala, Maria e Renegada seguiram para o nordeste da cidade.
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- Você acha que Raveneh ia gostar disso? - perguntou Johnny analisando uma estante com diversos chocolates.
- Do quê? - murmurou Rafitcha descontraída, analisando sementes de jaca em outra estante.
- Disso! - exclamou Johnny com um sorriso e estendeu a mão, mostrando um chocolate em forma de flor. As pétalas eram feitas do mais puro chocolate amargo que existia, e o miolo era de baunilha que derretia na boca. Nas pétalas, confeitos de açúcar se exibiam orgulhosas de terem tentado se assemelhar a gotas de orvalho.
- Oooh, Johnny, é lindo! - exclamou Rafitcha admirada - claro que ela gostaria! Se bem que dá até pena de comer-lo!
- Sim, Rafitcha - Johnny concordou - tem tantos chocolates lindos!
- Eu não sabia que você era rico, Johnny - riu Rafitcha - por acaso, ganhou na loteria?
- Não, somente tenho algum dinheiro guardado - respondeu Johnny enquanto procurava outros chocolates - e o que trouxe foi somente para comprar doces...
- Você realmente a ama, Johnny - sussurrou Rafitcha - bem, não suma de vista. Irei comprar linho para roupas novas: estamos em outono, e daqui a algumas semanas o inverno chegará... Não podemos ser pegos desprevenidos!
- Tem razão, Rafitcha... - concordou Johnny com um múrmurio.
Surpreendeu-se com um chocolate branco em forma de um voluptuoso corpo de mulher com fartos seios, cintura fina e pernas definidas, e pensou: "Combina com a Raveneh estranha". Logo repreendeu-se ao pensar que podia levar aquele chocolate para Raveneh: o que estava pensando?
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- Veja que poção esplêndida, Lych! - exclamou Doceh entusiasmada - "Beleza por mil dias!" Que acha?
- Acho que você não precisa disso - disse Lych bastante desatento - o que você acha? Um pacote de quarenta espadas enormes e afiadas feitas de prata ou dois pacotes de pequenas espadas feitas de prata e ferro em brasa?
- Você nem está prestando atenção em mim! - repreendeu Doceh brava - mas de qualquer modo, melhor as espadas pequenas com ferro em brasa. Sempre se é melhor atingir os pontos fracos dos inimigos, e os nortistas vem de países frios e não estão acostumados com o calor.
- Vejo que você tem razão, querida - concordou Lych - e o que você dizia sobre uma poção?
- "Beleza por mil dias!" - afirmou Doceh - mas você já me deu a resposta que me foi bastante satisfatória.
- Para quê levar-la? - riu Lych - se você a levasse para as Campinas, as meninas iriam se ofender!
Doceh sorriu somente.
- Yeah - concordou.
- Espadas, flechas comuns, punhais, cordas... - recitou Lych.
- ...doces - completou Doceh com um sorriso.
- Doces... - concordou Lych.
- O que você acha que a Rainha queria com a Renegada? - Siih mudou de assunto, ficando séria.
- Não faço a menor idéia - respondeu Lych - você sabe que a Maria desconfia dela, né?
- Dela, quem?
- Renegada.
- Bem, eu não sabia - disse Doceh enquanto analisava uns vidros pequenos com um líquido nojento e verde - se bem que a Renegada é meio estranha, pro meu gosto.
Lych concordou com um múrmurio.
- Se bem que não podemos falar isso de ninguém - disse Lych com um sorriso - não sabemos do passado de ninguém ali nas Campinas...
- Mas não é disso que falo - retrucou Doceh - eu falo de que a Renegada nunca falou de quem era, e sempre me pareceu distante, apreensiva...
- Você tem razão, querida - concordou Lych - esse revólver ou este?
Doceh deu um sorriso acalentador e beijou Lych na bochecha.
- Só isso? - perguntou Lych zombeteiro.
- Essa poção ou essa?
Lych riu.
Um comentário:
:o
OMG, será a Rengada a... =X
Nem vou falar para não me entusiasmar e no fim acabo me enganando *lol*
*-* a história está muito interessante, tem cada vez mais mistérios *--*
:*
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