quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Parte 42 - Um caminho para casa.

Raveneh acordou meia hora depois, toda suada. Arthur já dormira, mesmo com os sussurros de Raveneh, mas Johnny não.
- Está acordado, Johnny? - perguntou Raveneh quando percebeu que Johnny estava sentado ao lado dela, com um olhar vazio.
- Sim, Raveneh - respondeu Johnny.
- Você está estranho, Johnny - disse Raveneh - o que foi?
- Com o quê você sonhou, Raveneh?
Raveneh emudeceu. Logo engoliu em seco, e sussurrou:
- Não foi nada...
- Nada? E este suor é o quê? Você dormiu, não dançou nem nada...
- Nada!... - Raveneh exclamou. Percebeu que Johnny estava bastante mal-humorado, e logo deu um suspiro - o que houve?
- Não mente, Raveneh - Johnny disse, ríspido.
- O que aconteceu com você? - perguntou Raveneh quase aos gritos - você está esquisito, estranho, ríspido, de mau humor...
- Você também está estranha! - retrucou Johnny - eu não consigo mais te entender! Você não se lembra de nada! Você foi buscar Arthur, mas não se lembra disso! Você mal consegue falar comigo direito, mesmo depois das cartas que trocamos! Você não é mais você... você virou caso de psiquiatra!
Raveneh mordeu o lábio inferior, tremendo. Ela não conseguia compreender o porquê de Johnny estar tão agressivo... mas ela também sofria por não se lembrar...
- Você trocou de corpo hoje, Raveneh - disse Johnny - e ficou parecendo uma vadia. E não se lembra disso!
- Eu mal sei trocar de corpo! - exclamou Raveneh surpresa.
- Mal sabe? Pergunte ao Arthur como você foi buscar-lo! Ele fez um escândalo, e você quase foi morta! Ele não te reconheceu, Raveneh! Pra começar, nem de cabelo preto você estava!
- Você está mentindo, Johnny. Eu não sei trocar de corpo!
- Então quem trocou de corpo na minha frente hoje?
- Não sei... não sei - Raveneh emudeceu - Johnny?
- Sim?
Johnny já estava se sentindo culpado. Não precisava ter exigido tanto de Raveneh... ela sofrera um bocado para poder sair do castelo, e ele só fazia ser ríspido com ela. Mas ele não conseguia se controlar.
- Me abraça.
Johnny deu um sorriso. Esta era a Raveneh que ele conhecia e admirava.

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Gika e Veronica estavam na Central Psicológica, que abrigava quatro hospitais diferentes: Son Miick, Santa Friggi, Son Mujik e Santa Män que era onde Gika trabalhava agora.
- Eu queria fazer parte da guerra ù_u - reclamou Gika - mas a Rainha só me manda pra cuidar de loucos!
- Você não estudou pra isso? - indaga Veronica risonha.
- Sim, mas eu queria... - Gika emudeceu. Veronica tinha razão: ela batalhou tanto pra ser médica do Conselho! Pra que reclamar tanto! Então deu um olhar (AQUELE olhar ò__ó) para Veronica e disse, quase sibilando:
- Eu preciso trabalhar!
- E o kiko?
- E o kiko - repetiu Gika sibilando - é que muita conversa, atrapalha!
- Oh, sim - Veronica riu gostosamente - lembrei que tenho que assinar umas admissões...
E Veronica saiu da sala correndo.

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- Arthur, quem te tirou do castelo? - indagou Johnny.
- Uma mulher loira toda bonitona - respondeu Arhur descrevendo o corpo dela com as mãos.
- Aham. Raveneh, foi você e não foi você quem buscou o menino... - observou Johnny.
- Primeiro, eu tenho um nome e pra vocês, eu sou a Vossa Alteza ù_ú E segundo, ela se chama Catherine! Num sabe nem o nome dela...
- Primeiro, você não é o príncipe onde eu vivo não - replicou Johnny - e você é um sequestrado, portanto mantenha-se na posição de sequestrado. E segundo, você ACHA que o nome dela é Catherine. Mas ela se chama Raveneh.
Arthur somente resmungou qualquer coisa a respeito de "eu odeio isso aqui".
- Raveneh, precisamos voltar - disse Johnny - mas as estradas estão bloqueadas.
- Sim... e apesar de que num dia normal, a gente demora somente uma tarde... nesses tempos, demora... - Raveneh concordou.
Johnny deu uma espiadela furtiva pela janela. Tivera sorte de que naquela área não tivesse vigilância...
- Bem, Arthur, você está pronto? - indagou Johnny.
- Sim, Johnny - disse Arthur de cara amarrada.
- Raveneh?
- Yes.
- Então, vamos!
E o trio deu o primeiro passo para a estrada. Somente uma estrada os separava de se juntar com a família deles...

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