quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Parte 41 - Mico (:B) e Arthur/Raveneh/Johnny (o_O)

- Cara, estou morrendo de dor de cabeça - reclamou Raveneh - eu queria acabar com isso... quero voltar.
- Então vamos voltar - afirmou Johnny - a gente corta o caminho pela floresta.
Raveneh revirou-se na cama, olhando para o teto. Disse em uma voz sombria:
- Temos que pegar o menino.
- Que menino?
- Arthur.
- O príncipe? - indagou Johnny. Ao ver Raveneh confirmando com a cabeça, ironizou: - claro! Chegamos lá, vamos até o quarto de Vossa Alteza e simplesmente dizer: vem viajar com titia e titio, vem! É isso?
Raveneh se sentou.
- Desde quando você se tornou tão irônico, Johnny? - perguntou - céus!
Johnny mordeu o lábio inferior e ignorou a pergunta:
- Vamos voltar, é melhor - disse - mas se quer o menino, tá bom, mas... se algo acontecer a você, eu não vou mais me perdoar.
Raveneh deu um sorriso, e Johnny já não reconhecia mais a menina. Entendia que ela devia ter mudado bastante, mas as mudanças de Raveneh foram um pouco longe demais. Por que ela parecia variar de personalidade toda hora? Por que ora ela era amável, generosa e outra hora, ela era petulante e agressiva, até? O que foi que aconteceu? Por que Raveneh teve amnésia? Esqueceu do que aconteceu com ela?
Suspirou. Foram, escondidos, até no meio da vila. Avançaram cuidadosamente por toda a cidade dominada, e Johnny se remoía porque tudo o que queria era tirar Raveneh dali e levar-la para as Campinas e assim Nath poderia cuidar dela direito: Raveneh estava com sono toda hora, morria de dor de cabeça e tinha horas que não era ela mesma. Mas aí, Raveneh não tinha sono nenhum: mandava, batia o pé e parecia não conhecer Johnny direito, tratava Johnny como se fosse um total estranho. E Johnny odiava isso. Mas ele não queria deixar Raveneh, afinal ele a amava...
- Precisamos passar pelos guardas - disse Raveneh. Johnny suspirou:
- Descobriu sozinha?
- Cala a boca, Johnny - reclamou Raveneh - podemos subornar os guardas =D
- Quê? O.o Mas não temos dinheiro! - observou Johnny, ao que Raveneh replicou:
- Mas eu tenho um corpo (N/A: O___O RAVENEH???) - e num piscar de olhos, toda a Raveneh mudou de aparência.
Os cabelos pretos e desarrumados deram lugar ao cabelo loiro, perfeitamente arrumado como a Marylin Monroe (N/A: não sabe quem é? Corra no Google JÁ!), o corpo ainda frágil que não era nem de criança nem de mulher completa deu lugar a um corpo totalmente fatal, estonteante cheio de curvas exuberantes. O olhar, antes dócil e inocente, agora era cheio de mistérios. Raveneh tinha 16 anos de idade, mas parecia uma mulherona de 20. Johnny, claro, ficou de olhos arregalados (O_______O):
- Que droga é essa? Raveneh, você está bem? - perguntou.
- Eu vou pegar o menino - disse Raveneh - fica aí.
- Mas...! - Johnny mal pôde terminar, pois Raveneh sumira pelo castelo.
Aimeudeus, pensava Johnny, Mariavaimematar,merda!,Ravenehvaisedámal!!quedrogafoiaquelaqueaconteceucomela????
Não precisou se preocupar muito: meia hora depois Raveneh estava de volta, no corpo de mulher, com um menino de nove anos com uma cara de louco.
- Pronto! - Raveneh disse.
- Você é louca. - suspirou Johnny.
Raveneh somente deu um sorriso. Um sorriso que tanto poderia ser da Raveneh inocente que Johnny conhecera quanto da Raveneh exuberante que Johnny tinha medo.

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Siih tomou um gole do seu chá mágico e continuou:
- Maria, você levou a Lala para as Campinas, e ela é bastante talentosa - engoliu mais um gole - ela pode lhe ajudar a defender as Campinas.
- Sim, Vossa Majestade - murmurou Maria - ela vai ficar com a gente.
- Então, já definimos nossos papéis, não é? - Siih continuou - o Rei precisa da nossa ajuda, pois sem nós, o Reino dele não é nada. Mas ele está desaparecido, e para ajudar-lo, precisamos dele. Veronica G, quero que vá para a Central Psicológica.
Veronica suspirou.
- Como queira, Vossa Majestade - disse.
- Então tudo bem. Gika Branca, eu vejo aqui que você se especializou em... - Siih disse, mas foi interrompida por Gika:
- Medicina Sangüinea e Doenças Degenerativas e Psicológicas. Resumindo, medicina. - e Gika ficou vermelha de novo: afinal não era prudente interromper uma Rainha justamente no primeiro dia de trabalho. Que bola fora!, resmungou consigo mesma.
Lefi sufocou o riso ao ver a expressão constrangida na cara de Gika. Siih somente levantou uma sobrancelha. Petulante, pensou, me interrompe quando estou falando! Que bom para ela que ela foi selecionada na ENAM... senão era demitida na mesma hora ¬¬º
- Siih, releve isso - cochichou Lefi, mal conseguindo disfarçar o riso - a menina tá nervosa e você ainda aumenta o nervosismo?
- Cala a boca, Lefi! - exclamou Siih - só você pra rir numa hora dessas, não é?
- Foi engraçado!... - e Lefi começou a rir. Siih levantou as duas sobrancelhas e virou-se para a Gika, anunciando:
- Bem, quero você no Hospital Santa Män. Como a vice-chefe da Operação, claro - e virou-se para falar com outra fada.
A essa altura, a Assembléia já não estava mais organizada. Mas sim uma confusão: as fadas todas falavam umas com as outras, por isso quase ninguém percebeu o mico da Gika.
- Que micoo!!! - exclamou Gika baixinho - como eu fui interromper a...
- Calma, Gika - consolou Veronica rindo - ela nem te demitiu! Podia ser pior, né?
- Pior? Quer coisa pior do que a própria Rainha te achar uma... Vê, ela vai cismar comigo agora!...
Veronica só riu.

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- Droga.
- O que foi, Johnny?
- As estradas estão bloqueadas.
- Mas não íamos cortar caminho pela floresta? - indagou Raveneh.
Johnny fitou Raveneh. Estava no corpo normal, olhando docilmente para as paredes. Ela havia voltado ao normal, e ficou muito confusa. "Que corpo é esse?" havia perguntando ao Johnny "o que Arthur tá fazendo aqui?". E Johnny tinha que explicar tudo. Mas agora Raveneh tinha lembrança de uma coisa que ele havia dito para a Raveneh Estranha, como ele apelidou quando a Raveneh não estava em seu estado normal.
- É verdade - concordou Johnny - mas eles bloquearam tudo. Tá ruim pra gente voltar.
- Céus - suspirou Raveneh - quero voltar logo para as Campinas... que dor de cabeça! Será que Nath tem algum chá pra isso?
- Com certeza. Como está Arthur? - perguntou Johnny.
- Dormindo. Tive que cantar mil vezes pro moleque dormir - resmungou Raveneh - principezinho... Johnny, como está o povo lá? Só te perguntei isso agora!
Johnny logo deu um sorriso. Respondeu:
- Bem... todos estão bem e muito preocupados com você, Raveneh... quando os nortistas invadiram, a gente só faltou morrer... Maria, então, ficou se sentindo culpada porque ela que enviou você pra cá...
Raveneh sorriu inocentemente.
- Amo-os... - bocejou - bem, vou dormir. Estou morrendo de sono. Boa noite =*
- Boa noite, Raveneh =*
Johnny fitou a vela iluminando o aposento fracamente. Deu uma olhada ao redor. Olhou os dois montinhos na cama, e deu um suspiro. Que diabos acontecera com Raveneh? Arthur tinha um sono tranqüilo, mas Raveneh não. Logo ela começou a se mexer, sussurrando palavras desconexas. Johnny deu outro suspiro de cansaço, e sentou-se na beirada da cama observando Raveneh se remexer na cama, de olhos fechados. Aparentemente, estava tendo um pesadelo. E daqueles.
- Não...papai!,não.. - dizia Raveneh - por favor! - continuava ofegante.
Arhur se remexeu e logo abriu os olhos.
- O que houve? - indagou - Catherine está tendo pesadelos?
- Sim - respondeu Johnny num múrmurio - ela está tendo pesadelos.
Arthur somente a olhou calado e sério. Suspeitava que a Raveneh tinha segredos, e claro, ele estava certo: para começar, não era Catherine como ele acreditou, mas sim Raveneh. Mas ao que parecia, até mesmo a doce Raveneh tinha seus segredos mais terríveis.

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