sábado, 7 de junho de 2008

Parte 37 - O Finalmente (feito com fogo e revanche)

Catherine decidira agir.
- ESTÚPIDOS! - gritava quase jogando a cela abaixo - COVARDES! BUNDÕES! VENHAM JÁ PRA CÁ!
Ela chutava as grades, fazia o maior escândalo. Os soldados nem ligavam, ficavam calados, medo da "menina mágica".
- Raveneh! - Jorge gritava - Raveneh! Que escândalo todo é esse?!
- Liberte-me! - gritava Catherine - ou ponho essas grades abaixo!
- Ah-Ah! - Jorge ironizou - não consegue sair de uma prisão? Oh, sinto muito! Ah sim...
Catherine parou por um segundo, tomando fôlego.
- Seus amiguinhos foi condenado à morte. E a sua filhinha vai ser entregue para um internato para crianças delinquentes e irrecuperáveis. Sabe, onde meninas são espancadas porque a saia está mais curta?
Catherine e Raveneh gelaram. Como assim? Amigos condenados? Pegaram os amigos? Ou era blefe?
- Não ouse fazer isso com Maytsuri, canalha - Catherine pôs o pé na grade - ela é só um bebê!
Catherine não estava exatamente bem vestida para causar aquela imagem de impacto. Uma camisa enorme (enorme mesmo, cobria a bunda e mais um pouco) branca.
- Ah-Ah. Deixe-me ver... Johnny, seu namoradinho, Rafitcha, aquela advogazinha estúpida, Bia, aquela vadia que matou meus homens, Tatiih, aquela vagabunda, Kitsune e Amai, traidoras da pátria, vagabundas também. Sim, sim uma lista completa e completamente útil. Perfeito. E todos morreram decapitados amanhã, de noite, veja só que coisa boa! - os olhos de Jorge brilhavam de forma maquiavélica - deixarei você assistir ao espetáculo *.*
- Canalha - Catherine repetia a mesma palavra de forma fria, quase insana - canalha.
- Não me odeie, querida irmãzinha - murmurou Jorge sorrindo - quem causou isso tudo foi você.
Catherine respirou fundo, pensando no que fazer. Teria que contrariar como contrariara várias leis: quando uma pessoa é presa e sufocada e ameaçada, ela costuma perder seus poderes em decorrência da falta de liberdade. Ela conseguira rebater isso quando criou a cópia de si mesma, agora tinha que repetir o feito. Amanhã... todo o destino estava no amanhã.

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As horas se passaram. Duas, três, quatro horas.
- Não, Siih - disse Sunny - por favor, tente concentrar em uma energia redonda e límpida...

Desde a reunião, esqueci-me de contar, Sunny e Siih têm reuniões quase diárias sobre como manusear melhor os poderes. E Sunny ensinava à Siih como se servir dos poderes, transformando-os em algo material, que realmente poderia machucar.
- Aumente a coisa redonda - Sunny foi dizendo - vai aumentando! Está conseguindo!
Siih se concentrava, tentando visualizar uma bola de energia nas suas mãos, aumentando e aumentando...
- Isso! - Sunny ria - parabéns, conseguiu concluir a última etapa!
- Oba! - riu Siih - já sei me proteger e atacar! Que bom... *-*
Sunny sorriu. Ela era tão doce, tão meiga!
Deu cinco horas da tarde, o sol começando a descer.

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- Oh não - Rafitcha ainda estava abalada pela notícia - ser condenada? Então...
- Então Raveneh está viva e tentou matar Jorge - confirmou Johnny - mas foi contida e por pura ira de Jorge, ele quis matar todos nós. Mas como conseguirão? Eu me recuso a subir o palanque para morrer!
- Eu também - concordou Kitsune - vamos fugir!
- Mas e Raveneh? - lembrou Amai - o que faremos?
- A levaremos junto, é claro! - exclamou Bia como se fosse a coisa mais óbvia do mundo - Raveneh deve estar na prisão neste momento.
O grupo refletia junto, o sol descendo, o céu se pintando de cores cada vez mais escuras, pincelando as estrelas com cuidado. A noite estava chegando.

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- Crazy...
- O que foi?
Era um quarto bastante confortável, embora Crazy achasse que o seu, na sua terra natal, bem melhor. Esse quarto tinha uma decoração brega com a cabeça de um alce pendurada, e umas cortinas horríveis de uma tonalidade verde-musgo. Com certeza foi uma aberração em decorações quem escolhera mobiliar aquele quarto. Humpf, esse povo comum é uma aberração... não sabem nem escolher as cortinas direito!
- Bem, Crazy, deixa eu passar a noite com você? - e essa mulher! Aos olhos de Crazy, ela era uma aberração do tipo 'loira e burra'. Ok que ela era morena, totalmente sensual, com seios que lembrava Pamela Anderson e um corpo de matar. Mas, ô, mulherzinha fútil e burra! Era um perfume vulgar no mais belo frasco.
- Claro que não - Crazy respondeu friamente, tentando se concentrar em um livro sobre uma bruxa que conseguiu mobilizar cento e sete reinos para lutarem com ela, e ainda assim vencer todos - vá embora, Zidaly.
- AAAAAh, Crazy! - a mulher fez beicinho, aquela coisa vulgar. Cruzou os braços, logo embaixo dos seios, fazendo tornar o silicone (porque aquilo não podia ser natural, não era possível!) nos seios ainda mais aparente - deixa, vai...
Engatinhou na cama, tentando ser o mais sensual e lascivo possível. Sem sucesso. Crazy odiava a mulher.
- Vai ficar com meu subordinado, vai - disse empurrando Zidaly - vai.
Zidaly esboçou uma expressão de choro, sem saber muito bem o que fazer. Ai que coisa, Crazy era tudo o que ela desejava! Houve um tempo que Crazy a desejou, quando era mais novo. Um rapaz, um doce rapaz, tão bonitinho! Ele gostou dela, ela resistiu. Até um certo dia que Crazy teve o orgulho de apresenta-la como a namorada. Mas aí Crazy viu a verdade personalidade tola e fútil de Zidaly e pronto, ela passou a gostar dele e ele a fugir como o diabo foge da cruz. Coitado.
- Zidaly, vou dormir - Crazy se rendeu e apagou a vela - me deixe em paz.
- AAAAH pumbpumbisjhauiusxnjz - grunhia alguma coisa que Crazy sequer tentou entender.
- Cala a boca, Zidaly - disse.
- grgrgrgrseukjdjmdcovardehehejfnhestupidokmnksdjbabaca!! - grunhiu mais uma vez no escuro.
- Ah paciência! - Crazy se levantou, pegou outro cobertor e se estirou no chão - vá dormir na cama, Zidaly. Vai e não me torra a paciência.
- Oh como você é cavalheiro, Crazy-chan! - Zidaly riu, mostrando todos os dentes. Se levantou e deitou na cama, se espreguiçando toda.
Definitivamente esses cobertores eram bem melhores do que aqueles pulguentos, do subordinado de Crazy, qual era mesmo o nome dele? Ah, nem lembrava... só lembrava que ele se rendia ao seu charme... x.x'

Crazy dormiu no chão, resmungando.

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Mais um dia, mais uma manhã, e acorda povo, acorda gente, é um dia novo, vamos festejar!
- Cala a boca, Lala - resmungava Ophelia - deixa eu dormir.
- Acorda, Ophelia!
- Grrrmhhjhr - grunhia devagar, tentando não abrir os olhos - medeixaempazoueutemato.
- Vou jogar água em você! - Lala avisou.
- grgrrgquerovervocêtentargrnn...
Lala, enfurecida, vai até o riacho (estavam praticamente ao lado do riacho), enche um saco de pano no riacho e joga tudo em cima da cara de Ophelia que acorda irada e assustada.
- Sua... - balançou o rosto, pingando água - sua...!
- Acordou, amigaa? - Lala riu - veja, eu consegui me arranjar e tem geléia, leite e pão no café, olha que coisa mais ótima!
- Grrrr - Ophelia parou de tentar secar o rosto e fixou o olhar em Lala como se não houvesse aberração maior que uma garota de cabelos longos, lisos e laranja - grrr.
- Bom dia, Ophelia - Lala estendeu o pão e a geléia - hoje é mais um dia.
Ophelia só pôde passar a geléia no pão e comê-lo, intercalando com o leite. Era um café da manhã e tanto, para quem só comia maçã recém-retirada da árvore. Como podia brigar com a melhor amiga, aquela pessoa tão confiável e doce? Sorriu, o sol estava tão alegre!

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Eu realmente estou com pressa, portanto adiantarei várias horas. Direi-lhe um resumo do que se passou: o grupo de amigos resolveu "ser condenado", tinham algum plano na cabeça, desconheço-o. Catherine passou o dia resmungando, tentando reunir forças, mas sem sucesso. E Crazy correu o dia, atrapalhado, pouco tranquilo: dormir no chão não era agrádavel, e Zidaly com aquele sorriso esnobe era pior ainda. E nas Campinas, o treinamento foi o de sempre, puxado, e Siih continuou reinando, dando fim a operação para evacuar: todos já estavam protegidos em abrigos. Foi um dia que transcorreu normal para algumas pessoas e muito ruim para outras como Catherine. Bem, qualquer dia em Istypid estando presa condenada à morte é bem ruim, devemos admitir. Bem, devemos estar em Istypid, onde a noite recomeçara, e era uma noite nublada, ameaçando chuva. Claro, os grandes momentos tem que ter chuva no final.

Uma execução de seis pessoas, todas elas decapitadas ao mesmo tempo! Com chuva! Quer programa melhor? Então você deve imaginar que aquilo estava realmente cheio. Jorge mandou um grupo de trinta soldados fortes pegarem Raveneh de sua cela e a trancarem em uma torre bem em frente à praça, onde ela não poderia escapar. Portanto Raveneh via o grupo de amigos nitidamente, as tochas iluminando cada rosto seu.

Maytsuri... ela estava no colo de Kitsune, sendo embalada, cuidada calmamente.
Pareciam calmos demais... estavam calmos demais. Como podia?
Raveneh engoliu em seco, contendo as lágrimas. Tinha que ter uma forma de sair dali. Graças a Catherine, tinha as lembranças do que acontecera: elas podiam compartilhar lembranças agora, e isso era uma coisa boa, admitia.
Bem... bem, o céu estava nublado. Reparou a expressão apreensiva de Crazy, o sorrisinho esnobe de uma mulher ao seu lado, pôde sentir a ira do povo, a satisfação de Jorge em arrumar a guilhotina. Seriam mortos um a um, e o último a morrer seria Johnny. Com certeza, o maridinho da irmãzinha mais nova teria que sofrer mais, ver a cabeça de todo mundo rolando sem parar, ai que delícia, adorava sangue. Sangue de gente feito a Bia e Rafitcha, mais ainda.

Jorge era um homem perverso.
E ele escolheu que Tatiih ia ser a primeira a ser guilhotinada.
- Peguem-na - disse.
Quando os homens chegaram perto, Tatiih achou. Ela não era boba e não ia morrer em um reino tão babaca por um motivo tão besta. Estendeu os braços, deixando a ver duas armas escondidas: dois dardos, um em cada mão. Os dois homens que foram pegá-la adormeceram rapidamente, ficando alguma coisa branca no lugar do ferimento.
- O que está havendo? - gritou Jorge, todos espantados com aquela brusca mudança.
- Não me diga que você realmente acreditou que aceitaríamos ser decapitados! - riu Bia ficando a postos com a afiada espada.
Johnny estava com um dos punhais que Fer dera, Rafitcha com o outro. Bia não precisava de ajuda, já tinha a sua espada, e Kitsune e Amai, essas que sabiam um pouco sobre arco e flechas, receberam a tarefa de manusear as flechas venenosas que Kibi dera.
- Estavam armados! - Jorge continuou a gritar - seus incompetentes, eu falei que tinham que ser mortos nus para evitarem isso! E agora? Incompetentes, inúteis! - chutou um dos homens inconscientes.
- Nossa que rudeza - brincou Rafitcha. Ela havia conseguido recuperar Maytsuri, esta que chorava escandalosamente quando fora posta sobre uma mesa qualquer, mas ficara quieta no colo de Rafitcha - você vai ser processado por ser um chefe bundão :o

Crazy sentiu que era hora. Escapuliu entre a multidão, sendo acompanhado por uma Zidaly ofegante.
- Crazy! - gritava esganiçada - é agora? Pelas Virgens de Madalena, Crazy!
Longe da multidão, ele queimou uma flecha. E a mirou para o céu, acertando a pontaria. A flecha de fogo brilhou lá no céu, muito longe, sendo vista até mesmo quem estivesse quase perto das fronteiras. E aí todos se surpreenderam, um "Oh!!" varrendo toda a cidade.

E aí... e aí começou a gritaria.

N.A.: sim... dois capítulos em um mesmo dia *-*

Um comentário:

. L disse...

Continuo viciada na história. (: