quinta-feira, 12 de junho de 2008

Extra 02 - Um casamento novo, um casamento renovando...

Esse capítulo é um extra. Não tem ligação direta na história rolando. Provavelmente aconteceu logo depois do fim da primeira temporada. É somente um presente para o dia de hoje :D


Raveneh sorriu como nunca sorrira na vida. Estava bela como nunca estava antes. Tão doce, tão meiga, tão dourada!
Se levantou, ajeitando o enorme, detalhado, bordado e caro vestido. Todo branco, corpete repleto de bordados que desenhavam flores douradas sobre o fino branco, a saia, ah!, a saia! Enorme, rodada, toda lisa, sem estampa, o branco da cor de algodão, a cor da pureza. Colocou o xale, um xale de um tecido finissímo, uma bela seda azul que caía bem nessa quente noite de verão. Tão lindo, tão delicado.
- Está linda, Raveneh! - confirmou Rafitcha - está tão linda!
Raveneh rodopiou contente. Estava no seu quarto, rodeada por mulheres das Campinas, todas vestidas na maior elegância. Até mesmo Fer que não usava saia, resolvera usar um lindo vestido todo azul-marinho.
- Obrigada, gente! - exclamou Raveneh contente - ah, estou tão nervosa!
- Não tem porquê esse nervosismo - disse Umrae sorrindo, linda, com seu trabalhado vestido em vários tons de mel e amarelo - vai dar tudo certo, Raveneh! Johnny está até mais nervoso que você! - terminou quase em um sussurro, que fez todas rirem com aqueles seus risos de "menininha", um riso que só menina sabe fazer, um riso escondido, disfarçado, quase malicioso.
- Ah você acha, Umrae? - Raveneh continuava aflita - ah, não quero que nada dê errado...
Suspirou.
Todas as meninas a acalmaram, Tatiih cuidando do seu cabelo para ele não sair do lugar e ela sempre gesticulando, sonhadora, a coisa mais linda!

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A cerimônia foi a coisa mais linda do mundo. De fato, não há uma religião que determine como será o casamento nas Campinas, de modo que resolveram festejar de uma maneira única e simples: registrar o casamento no cartório, fazer os votos e depois uma grande festa que rolaria a madrugada inteira. E de fato, a festa foi enorme: cerejas e morangos e batatas a vontade, muita mimatta, sucos e outras bebidas. Houve músicas, competições de dança que Ly e Doceh ganharam várias. Umrae contou vários casos engraçados que acontecera durante a viagem do antigo lar dela para cá, Raveneh recebia mil presentes a todo momento, Johnny corava a todo momento que alguém se virava e dizia: "é hoje, hein!"
Fer resolvera, depois de muita discussão e persuasão, fazer uma demonstração de punhais, o típico "atirador de facas" no circo. E ela realmente usou uma pessoa de verdade (essa pessoa foi a Rafitcha que praticamente foi obrigada a ser a pessoa) como mira, e pobre Rafitcha, tentava se acalmar dizendo para si mesma que Fer era excelente em mirar e atirar punhais. Porém nenhum punhal atingiu Rafitcha, embora tivesse um que tenha atingido ao lado de uma das orelhas.
- Ah estou tão cansada! - exclamou Raveneh depois da festa, tirando o xale.
Uma nova casa... uma cabana de madeira, bonita até. Cortinas de seda azul, móveis de madeira escura, a coberta sobre a cama de belo pano vermelho.
- Vermelho, Johnny? - perguntou Raveneh intimidada pela coberta vermelha. Sim, ela ainda não havia visto a nova casa já que é tradição das Campinas um homem decorar a casa toda (geralmente ajudado por outras pessoas) e a noiva só ver quando termina a festa.
- Sim, vermelho - disse Johnny, a abraçando por trás - é a cor da paixão, sabia?
- Oh sim - Raveneh sorriu - é uma cor linda, embora seja tão... tão sexy.
Johnny desabotoou os botões de trás do corpete de Raveneh, que sorria, beijando seu pescoço.
Estavam tão felizes, parecia que tudo tinha se resolvido! Até a noite parecia sorrir...

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- Ly! - bufava Doceh com impaciência e fúria ao chegar à casa, os sapatos na mão - eu não gostei! Aliás, eu detestei! Não tinha nada com que fazer aquilo! Hmpf, odiei, odiei, odiei!
- Mas o que eu fiz, querida? - murmurava Ly meio tonto com os impropérios de Doceh.
- O que você fez? O que você fez? - rosnava Doceh furiosamente - e ainda pergunta, o depravado!
Emburrou. Estava maravilhosa metida no seu vestido todo azul-celeste, os bordados prateados. Sentou-se no sofá, o rosto se contorcendo de raiva, bateu os pés no chão de forma rápida e frenética. Ly conhecia quando Doceh ficava irada com alguma coisa, e não era incomum que ele não soubesse do que se tratava.
- Querida... - Ly começou, se sentando no sofá diante ao dela - querida...
- Você me magoou! - gritava Doceh - você me ofendeu, você realmente me machucou!
- Querida... - Ly sabia que quando Doceh começava a gritar, ia ficar muito mais complicado.
Doceh não gritou nem nada agora. Mas alguma xícara que estava na mesa, na cozinha, se quebrou. E ela estava no meio da mesa, e de uma hora pra outra, foi como se alguém tivesse batido com a xícara. Os cacos se esparramaram sobre a mesa. Agora ferrou, pensou Ly. Só havia duas coisas em relação ao casamento que deixavam Doceh furiosa assim: mentiras e traição.
- Me perdoe... - começou Ly embora sequer soubesse do problema, mas sabia que era bom pedir perdão logo - me perdoe mil vezes, querida...
- Perdoar? - gritou Doceh - você não sabe o que eu senti você dançando com aquela mulher!
- Que mulher? - Ly perguntou - eu não lembro de mulher nenhuma!
- Como não? A Yitah! - Doceh continuou gritando - ela era convidada de não sei o quê, e você dançou com ela!
- Ah, a Yitah?
Yitah era uma convidada qualquer que apareceu na festa. Muito bonita, Ly se lembrava. Bonito vestido, belissímo corpo.
- Sim! Aquela vagabunda! - cuspia Doceh - ela ficava dando em cima de você, descaradamente! Até sussurrou coisas em seu ouvido! Posso saber que coisas são essas?
Ly puxou a memória para lembrar, sim de fato a Yitah ficara ao lado dele o tempo todo. Nem se dera conta disso, mas isso realmente acontecera. Quais eram as palavras que ela sussurrara mesmo? "Hoje", "casa", "minha". Não lembrava mais.
- Nem lembro - admitiu Ly.
- Desculpa esfarrapada! - Doceh resmungou, quebrando mais uma xícara lá na cozinha furiosamente.
- Ok, ok! - Ly gritou, ficando de pé - "Hoje", "casa" e "minha"! Não lembro mais que isso!
- Ah mas ela é uma... - Doceh ficou de pé, batendo com os pés no chão - ah mas...
- Doceh...
- Eu vou matar aquela vagabunda...
- Doceh...
- ...que fica dando em cima do marido dos outros...
- Querida...
- ...ah mas vou torcer o pescocinho dela...
- Querida! Me escute!
Doceh parou de resmungar, olhando diretamente nos olhos do marido, tremendo de ódio. Sim, sim uma mulher com ciúmes é capaz de tudo e Doceh já estava se preparando para pegar uma faca, melhor ainda!, um brigadeiro bem venenoso e oferecê-lo para a Yitah que estava hospedada na pensão de Rafitcha. Veria ela se corroer toda, implorando perdão, chorando horrores, ahahaha! como ela era má.
- Doceh?
- Oi - disse friamente.
- Doceh, você é a única mulher do mundo para mim - começou Ly - eu nunca olharia para Yiita...
- Mas... você estava interessado nela na festa.
- Não, não estava - Ly sorriu - como eu me interessara, se tinha você?
- Ly... - Doceh controlou as lágrimas - eu...
- Eu te amo, querida, ok? - Ly abriu o sorriso - eu realmente te amo... mesmo quando te odiei, eu te amei também... Estamos juntos há quanto tempo?
- Nem sei mais - Doceh abraçou o marido carinhosamente, a fúria se extinguindo aos poucos - não sei mais...
- Yitah não é ninguém comparada a você - continuou Ly - jamais aceitarei que você se sinta humilhada por alguém tão vulgar como aquela mulher.
- Oh Ly!...
- Eu te amo =*


N.A.: Ok. Fim do extra. Um capítulo sem graça, meloso e etc. Mas foi o melhor que arranjei para vocês, em pleno dia dos Namorados no Brasil, 12/06/2008. Feliz dia dos Namorados para todo mundo! Namorados, casados, divorciados, encalhados!! ;D

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