- Você gostaria de falar com a Renegada, Raveneh? - indagou Maria com um leve sorriso no rosto.
- Posso? - exclamou Raveneh alegre - desde que voltei do castelo não falei mais com ela!
- Sim! - Maria sorriu, apontando uma porta - vá por ali e fale com a recepcionista.
- Obrigada... - murmurou Raveneh - isso tudo está sendo tão estranho pra mim. Eu ainda nem entendi direito porque Renegada foi presa.
- Ela poderá lhe explicar. - disse Maria.
Raveneh sorriu.
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- Odeio a Raveneh! - Arthur embirrava - ela é uma vaca velha!
- Schiiii! - repreendeu Kibii - não se fala alto deste jeito, menino! Não tá em casa não!
- E eu com isso? - Arthur deu a língua - ela é uma cadela feia, isso sim! Eu sempre desconfiei daquela chata. Mentirosa, isso que ela é.
- Cale. A. Boca! - Fer disse com rispidez.
- Hmpppppppppppppppf!!!! - resmungou o menino mais uma vez.
Todos suspiraram. A sala de espera para o julgamento era abafada, e as paredes eram pintadas em um tom bastante monotóno de verde. As fadas tinham fama por suas belas construções, mas definitivamente aquela sala de espera não estava incluída nas mais "belas construções feitas pelas fadas".
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- Raveneh! - exclamou Renegada, surpresa.
- Wow-wow - murmurou Raveneh com um sorriso - primeira vez que te vejo desde que saí daquele castelo, não é?
- Acho que sim... - respondeu Renegada - mal você voltou, eu fui embora...
- Bem, não é hora pra dramas! - disse Raveneh - sabe que te apoiarei mesmo que você seja culpada... Mas... de que crime te acusam?
Renegada mordeu o lábio inferior, receosa. Mas preferiu dizer a verdade:
- Fui enviada do Rei para espionar as Campinas.
- Então quer dizer que o nosso encontro foi fajuto? - indagou Raveneh piscando os olhos, surpresa.
- Mais ou menos isso... Mas...
- Wow... eu gostei do Rei, então... - riu Raveneh - me fez conhecer você!
Renegada sorriu. Tinha se esquecido de como Raveneh era inocente, mesmo com a sua aura perturbada...
- Tenho certeza que sairá inocente, certo? - disse Raveneh - e...
Calou-se ao olhar nos olhos de Renegada que estavam frios.
- Raveneh.
Renegada controlou o choro, e disse, respirando fundo:
- Você está com as minhas coisas. Tem muitas coisas valiosas lá. Eu tenho um medalhão... Tem um "R"... Eu quero que o dê para Arthur.
- Arthur? - Raveneh ficou surpresa. Ninguém sabia da relação entre o Rei e Renegada, somente Lala que por ética profissional, não contara pra ninguém.
- Você entenderá mais tarde... - Renegada não tinha coragem para contar sobre o Arthur... mas se sentia uma falsa completa não contando pra Raveneh - você vai entender... e... por favor, dê?
- Sim, darei o medalhão pra aquele pirralho... - murmurou Raveneh pasma - m-mas... ele está lá fora...
- Não falarei com ele... - disse Renegada.
Sentia que se visse Arthur, seu coração iria amolecer e ia tornar tudo mais difícil.
- E-está bem... - Raveneh disse - mas enfim... você vai inocente, tenho certeza.
- Eu também - Renegada sorriu - Raveneh, aconteça o que acontecer... por favor, nunca me ache falsa.
- Te achar falsa? - Raveneh riu - por quê? Por causa da história de espionar Campinas? Bem, eu acho que é mentira!
- Exatamente... - disse Renegada. - não é totalmente mentira... mas me prometa isso? Só isso?
- Sim... Renegada...
- Seu tempo acabou. - disse uma voz extremamente aguda que ecoou pelo quarto. Raveneh contorceu o rosto em uma careta, e foi embora.
Ruronna sorria.
- Vai ser agora? - perguntou entre risinhos abafados.
- Sim - Renegada respondeu.
Uma lágrima desceu pelo seu rosto.
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