domingo, 21 de dezembro de 2008

Parte 65 - Uma andorinha só não faz verão. Já várias fazem o inferno.

A isca foi perfeita.
O demônio parou de se preocupar com as plantações. Ficou concentrado nela, no borrãozinho que ela fazia quando se movia bem rápido, no cheiro apetitoso de sua carne! Hm!
Jogou a sua língua em cima dela, tentando acertá-la. A toda hora ela saltava com o impulso, sempre a língua errado e arruinando a plantação de beterrabas.
Bem, nunca gostei de beterrabas mesmo.
Doceh sorriu, mirando mais dardos de mel a esmo, sem nenhuma mira. Surpreendentemente, dos catorze dardos que ela jogou, nove acertaram a cabeça. Umrae sorriu, agradecendo por não precisar da cimitarra, somente da sua arma predileta. Besta e dardos.
Dardos venenosos.
Se o demônio não caísse, Ly ia entrar em ação com a sua espada.

Um dardo.
A língua pegou Fer de raspão.
Dois dardos.
Fer se esborrachou de costas para escapar.
Três dardos.
Fer ofegava ao conseguir escapar, por uma triz.
Quatro dardos.
E a pobre Fer, foi pega por um dos espinhos, bem na ponta, na região do antebraço esquerdo.
- AGORA!

Ly se moveu, aproveitando a lerdeza maior do que a comum (com certeza, pensou ele, causada pelos treze dardos de Doceh e Umrae) do demônio e a espada rompeu de forma vertical, exatamente rompendo os lábios ao meio e chegando até o peito onde parou, já que era aí que começava a estrutura de pedra.
Nessa hora, Fer se viu com o braço esquerdo todo furado e quebrado e vários ferimentos de queda pelo corpo.

Três demônios caídos.
Quase todas as plantações de um ano inteiro simplesmente arruinadas.
E a preocupação em alguém morrer.

Ophelia está indo longe demais, resmungou Umrae para si mesma.

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- Meu Deus! - chocou-se Nath ao verificar a condição de Yohana, quando esta entrou na enfermaria, sendo carregada por Rafitcha, Tatiih e Kitsune - e ela vive ainda!
Nath apressou o leito de forma ligeira, e o lençol tão branco e limpo imediatamente se sujou com o sangue. Outro grito de dor vindo de Yohana.
- Não pode deitar - concluiu Nath - tem espinhos nas costas!
Nath caminhou para a porta, gritando por Amai e Thá.
- Fiquem aqui - apontou para as três, sujas de sangue e terra. Fora muito difícil cortar os espinhos em meio ao choque de terem as plantações destruídas e a fatalidade que quase se abateu sobre Fer e os outros.
- Droga, e eu preciso cuidar de Fer... - murmurou Nath tentando analisar a situação de Fer enquanto abria o armário, procurando algum unguento, loção, feitiço para fechar feridas. Só achou um alicate.
- Não se preocupe comigo - disse Fer se sentando em um leito - eu aguento, não se preocupe!
- Não! - Nath mordeu os lábios inferiores - Tatiih, você que já recebeu um pouco de educação minha, vá cuidar da Fer - mandou, trazendo um alicate, um pano branco, uma bacia cheia de água e um unguento - precisamos suspendê-la no alto.
E assim Ly e Raven foram chamados e suspenderam Yohana do alto, as cordas fragéis que prendiam os braços de Yohana.
Ela já não queria aguentar muito, de tanta dor.

Nath ficou com medo demais.
Os espinhos, se retirados, podiam causar hemorragia de verdade. Sabia que todo o sangue ali era pelas artérias e veias feridas pelos espinhos, mas era pouco se fosse comparado ao que ela podia soltar.
Com alicate, retirou um dos espinhos que estava localizado no braço.
O corpo absorve vários materiais.
Mas o espinho não era um desses, repleto de veneno, reparou. De fato, tinha que tirar todos eles.

E com um alicate, começou o trabalho.
Espinho por espinho. Grito por grito.
Lavar ferida por ferida.
Órgão que tentava se recuperar.
Mesmo assim, ao cair da noite, Nath verificou que os danos eram irreparáveis.
- Obrigada, Nath - Yohana disse as duas palavras em meio a muito esforço, entre os gemidos.
O sangue que havia se contido para garantir um mínimo de vida à Yohana resolveu se rebelar. Jorrou por todos os buracos internos, e tanto Nath como Amai e Thá preferiram deitar a Yohana na cama, acender uma vela e perguntar sobre um último desejo.
- Nada.
Foi a resposta de Yohana.

Foi o modo da cantora mais popular dar adeus para os que foram seus amigos.

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Já era tarde quando Lala resolveu dirigir a palavra para Siih:
- Ravèh adorou a comida que preparou para ela - e deu outra olhadela para as vestes sujas de Siih - vista-se de uma forma melhor.

Os corredores do palácio pareciam estranhamente vazios.
- Hoje é o segundo dia desde que a carta chegou às mãos de Bel - lembrou.
Ninguém.
Por onde a Ophelia andava? Descansando como a Lala aconselhara? Maquinando algum novo plano, decerto. Afinal ela não vivia disso? Ajeitou a cesta com cuidado, fazendo com que as roupas sujas cobrissem o fino lençol que encobria a comida para Kibii. Tinha que parecer uma lavadeira, e entre os pensamentos, encontrou-se com Lefi, entre os corredores.
- Vai dar de comer para Kibii? - perguntou ele, muito cuidadoso.
Siih fez um sinal afirmativo, mostrando a cesta.
- Notícias das Campinas - Lefi contou - três demônios acabaram com as plantações de Campinas. Foram todos mortos, mas ouvi dizer que alguém morreu. Que ela reze para que não seja um dos amigos dela.
- Céus - Siih suspirou - lamentável!
Lefi seguiu adiante. Ele trabalhava muito, assim como ela. Mas a irmã se perguntava como o irmão conseguia saber tantas coisas... provavelmente porque Lala se esforçava para que ela não ficasse sabendo de nada, sendo alheia. O irmão, sendo mantido longe das suspeitas, então tinha mais espaço para escutar conversas atrás das portas e tudo o mais.
Mas agora ela tinha um informante, o que já era o suficiente!

- Com licença?
Siih sorriu.
Kibii, dessa vez, estava ajoelhada no canto do galpão.
- Ora, dessa vez está solta dentro do galpão? - surpreendeu-se Siih, e Kibii respondeu com um fraco sorriso:
- Lala passou por aqui uma hora atrás e disse para eu aproveitar bem uma noite de liberdade dentro daqui que serei transferida para outro lugar.
- Que outro lugar?
- Como saberei?
Siih se aproximou dela, os passos sendo bem medidos, a cesta sendo pousada suavemente. Kibii retirou toda a roupa suja e por fim o fino lençol limpo, encontrando um verdadeiro banquete. Sorriu, satisfeita.
Carne de galinha, salada, arroz, maçã, bananas, e...
- Mimatta? - cheirou a garrafa - é de batata e malte! Esse tipo sempre tem uns... 80% de álcool!
- Serve para abrandar a dor nos momentos mais tensos - sussurrou Siih - achei que pudesse ajudar.
Kibii escondeu a garrafa atrás de si, agradecendo.
Comeu tudo. Era muita coisa, mas não podia simplesmente deixar de comer, precisando de tanta energia!
- Tenho uma notícia infeliz - começou Siih, desajeitada.
Kibii parou de comer na mesma hora, gelada.
- O que é?
- TrêsdemôniosinvadiramCampinasplantaçõesforamarruinadasetemboatoquealguémmorreu - disse Siih, chocando as palavras uma contra a outra, de tão nervosa que estava.
- Fale direito - rosnou Kibii, ameaçando com um garfo.
- Er... três demônios invadiram o seu reino...
- Eu não moro em um reino - corrigiu Kibii imediatamente, ao que Siih ignorou:
- Alguém morreu e as plantações foram arruinadas.
- Morreu? Quem? - perguntou Kibii, de sobressalto.
- Não sei - Siih mordeu o lábio inferior, insegura - desculpe, não sei.
Kibii não quis comer mais, se roendo de dúvida e medo. Mas a garrafa ela guardou.

Houve uma época que ela passou em um vilarejo, onde havia um homem bêbado. Kibii relembrou dessa história com todos os detalhes: podia se lembrar da cor da noite em que ela passou lá, da cor dos olhos deste homem e da voz gutural dele. Também se lembrava da zombaria dele nas palavras escolhidas:
- É que a gente não sente dor com uma boa cervejinha, sabe?
Ele fedia terrivelmente à cerveja dos humanos comuns e reles, e ria. Mas parecia tão feliz!
Soube depois que o homem tivera uma família boa, com esposa e sete filhos, e todos eles padeceram ao domínio dos nortistas, um por um. Que a esposa e as quatro filhas foram estupradas por meses a fio e resolveram se matar todas juntas, e os três filhos foram subjugados, escravizados e mortos.

E agora a garrafa de mimatta a aguardava.
Para entorpecer a sua dor como fizera com a dor daquele homem cuja família se perdeu.
Ela bebeu o primeiro gole.

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- Que fenomenal - Ophelia sorriu, seus olhos piscando de deslumbramento - adorei o dia de hoje!
- Três demônios foram mortos - lembrou Lala, com severidade - isso é motivo para você adorar a notícia?
- Ora, um mero detalhe. Eram idiotas, eu vi pela janela - Ophelia disse - vi toda a batalha, dá para ver tudo das Campinas daqui do meu quarto, impressionante!
- Uau - Lala não parecia nem um pouco deslumbrada como Ophelia.
Ela se ajeitou na poltrona, encarando a amiga que estava sentada junto à janela, encarando as Campinas. Várias velas iluminavam o aposento, e Ophelia parecia uma criança sorridente, se gabando de um nova brincadeira.
- Pela janela, reconheci o cara e duas garotas. Penso que aquela tal de... Bia partiu ou morreu, sei lá. Ela não estava lá - disse Ophelia - Umrae e Ly estavam lá. Rafitcha também, ela ajudou uma garota ferida.
- E...?
- Umrae é extraordinariamente perigosa. Ela não deu o golpe de misericórdia em nenhum dos três demônios, mas ela planejou... eu percebi que ela foi quem guiou os companheiros na luta, servindo de inspiração. Eu a quero. O que acha?
- Acho que você tem uma visão extraordinariamente boa - observou Lala.
Lala se levantou, e antes de abrir a porta, perguntou:
- Quer alguma coisa? O jantar ser servido mais cedo?
- Não. Quero comer na hora certa - Ophelia respondeu - obrigada, Lala. Pelo dia de hoje.
- Não tem de quê - e fechou a porta.

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Luto.
Raveneh se perdera e fora, afinal das contas, sendo levada pela multidão, descendo a escadaria e cuidando de Maytsuri. Achou-se tola por imaginar que poderia oferecer algum tipo de ajuda militar.
Rafitcha ainda não conseguia se recuperar do choque de ter ajudado Yohana, com todas aquelas feridas horríveis, todo aquele desespero, aquela mutilação de carne... Amai consolava Nath, enfermeira abalada por não ter conseguido salvar Yohana. E Fer, que foi cuidada por Doceh e Tatiih, não queria comer nada. A visão de Yohana praticamente gritar de dor a cada espinho arrancada lhe embrulhava o estômago.

Para todos, a Yohana era a própria beleza mutilada.

- Mamãe, quero comer - Gabriel resmungou, puxando a saia de Maria.
- Oh, meu doce - Maria estava abalada, olhando para as cestas de comida - verei alguma comida para você.
Se levantou e foi até à cozinha, onde achou um frasco de mel, ao lado de um pote cheio de torradas secas. Passou mel em uma dúzia de torradas e as entregou para o filho.

Umrae, Doceh e Thá limpavam as armas usadas, tentando remover todo tipo de indício do sangue dos malditos demônios. Enquanto isso Kitsune contava as cestas, e Raven e Ly verificavam a situação lá nas plantações, o que fazia Doceh ficar morrendo de preocupação.
- É perigoso Ly e Raven ficarem sozinhos lá em cima - ela dizia - e se eles atacarem de novo?
- Isso não vai acontecer - tranquilizava alguém, geralmente a Capitã Bi, que ficou arrasada de não ter ajudado, por estar longe da batalha no momento.

- Bem - começou Kitsune - é bom ter alguma plantação salva, senão morreremos de fome no decorrer do verão.
Um olhou para outro com ansiosidade e tristeza. A fome parecia algo distante, afinal sempre tiveram tudo ali, ao alcance da mão, tudo tão perto e gostoso, sempre tendo comida no prato!
- O estoque para inverno? - murmurou Maria, desalentada - teremos algum?
- Já tem um? - perguntou Amai, curiosa, ao que Umrae respondeu:
- Temos, começamos na primavera - deu uma rápida olhada para Maria e disse - mas se mais da metade das plantações tiver se arruinado, vamos ter que racionar ou morreremos de fome.
Se entreolharam, ficando em um estranho e incômodo silêncio.

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- Vou mandar uma resposta - murmurou Bel, cansada - eles não devem aguentar de ansiedade.
- Mas como fará para a resposta chegar até eles? - perguntou Polly, enquanto colocava as luvas a prova de fogo - eles não estavam vigiados por Ophelia?
Bel parou de andar por um momento e olhou para Polly, sob a luz das tochas colocadas no corredor da base militar.
- Mandarei para as Campinas - Bel sussurrou - vai ser complicado, mas acho que consigo.
- E como fará isso? - Polly mordeu o lábio inferior - aqueles pássaros mensageiros só existem por lá...
As duas continuaram a andar, descendo a longa escadaria até o setor dos dragões.
- Ratta já está cuidando deles? - foi a pergunta preocupada de Bel, ao que Polly imediatamente tranquilizou:
- Sim, ela está cuidando especialmente da Zadilla que ficou doente - Polly observou - mas, como fará?
- Utilizarei um dos inteligentes - murmurou Bel - você acha que a Gerogie pode dar conta do recado?
- Claro - Polly abriu a grande porta que separava os corredores e a base do grande terraço que havia.

Era imenso. Primeiro um grande savana, repleto de grama e era todo limpo, porém com várias correntes pelo chão. Em toda a volta, várias colinas cujos cumes atingiam os céus com sutileza, entre as nuvens. Parecia não oferecer nenhum tipo de perigo, mas tanto Bel quanto Polly sabiam bem os perigos que podia ter em um ambiente tão aberto e deserto, quando se trata de dragões, simplesmente as criaturas mais antigas e poderosas que existem no mundo.
Polly fez uma leve referência e foi para a direita, onde não havia o savana, mas um estábulo que comportava cerca de vinte cavalos. Em menos de dez minutos, ela voltou com dois cavalos, ambos de pelagem castanha, e também dois lampiões.
- Obrigada, Polly - disse Bel, montando no cavalo - vamos encontrar Ratta. Você disse que ela estava cuidando de Zadilla?
- Sim - Polly respondeu, também montando no seu cavalo.
Quando se trabalhava em uma área tão grande, tem que se ter algo prático e cômodo para se mover de um lado para outro. Bel, assim como suas subordinadas, preferiam os cavalos: dóceis, práticos, sem grandes frescuras como pensar ou voar.

Correram alguns quilômetros, atravessando as colinas rapidamente.
Logo encontraram Ratta que saía de uma caverna.
- Zadilla está boa - ela disse, removendo as fortes luvas - aliás, todos os dragões falsos da Caverna Vermelha estão excelentes, em ótimo estado.
Bel encarou as cavernas. Havia várias colinas e visto do outro lado do savana, imagina-se que elas sejam enormes e extensas, mas era somente uma propaganda enganosa. Por trás das colinas, o cenário contrastava terrivelmente: do lado direito, podia se ver uma fileira de um pequeno rio que descia de um monte, onde havia uma caverna. Ao norte, se encontrava o mais bonito dos desertos, por onde os dragões azuis passeavam. E ao oeste, à esquerda, encontrava-se um pequeno vulcão, um ambiente quentissímo e descia rios de lava, e estes se encontravam com o pequeno rio de água pura que descia pelo monte das cavernas.
Atrás do monte onde havia a caverna, uma floresta fechada e misteriosa surgia perigosamente e seduzindo qualquer incauto a se aventurar nela. Todos os ambientes eram perigosos para gente que não soubesse como se mover, e isso fazia Bel se alarmar. Mas ela se acalmou quando finalmente o presidente militar decidiu que aquela base militar era dedicada exclusivamente para os dragões e militares de maior porte, e então os calouros ficaram para outra base.
- Depois os verei - Bel disse - o seu turno é o de agora, certo?
Ratta respondeu, batendo retinência de forma descontraída:
- Sim. Eu, Lucy e Ivinne somos responsáveis pela Caverna Vermelha.
Polly olhou para Bel com uma expressão curiosa, como se quisesse saber o que ela estava pretendendo.
- Polly - Bel olhou para ela de volta, com aquele olhar duro - não é agora que começa seu plantão junto ao Pântano Negro?
- Sim, Comandante, sim! - Polly saiu com o cavalo em disparada pela pequena trilha ao lado do monte. Bel se recompôs, e nos olhos de Ratta, ela parecia linda com o uniforme tradicional dos guardadores de dragões: grandes botas de combate, em geral negras, que se ajustavam direito debaixo dos joelhos, calças negras e seguras por um enorme cinto de veludo. Ainda havia as proteções pelo peito, que consistiam basicamente em uma camiseta branca, depois uma faixa acinzentada cujo material era impermeável ao fogo. E ainda usavam um colete de couro por cima para se revestir contra as garras mais fortes e os jorros de eletricidade que alguns dragões soltavam, e por cima uma jaqueta preta, de gola alta e vários bolsos para guardar alguns equipamentos. As luvas de couro complementavam a proteção, e os guardadores sempre usavam os cabelos presos para evitarem serem destruídos por algum filhote travesso. Quando adentravam nos domínios dos dragões mais avermelhados, preferiam usar máscara no rosto para não terem que cheirar enxofre e ao entrarem no Pântano Negro, tinham que tomar uma série de cuidados para não enfurecer nenhum ser por ali.

Não era um uniforme muito fresco, podia-se dizer, ainda mais que as calças também tinha lá a sua série de revestimentos especiais e tudo o que fosse preciso, mas Bel adorava usá-los. Sentia-se mais protegida contra qualquer intempérie que se abatesse sobre ela.

- Volte ao seu trabalho - Bel mandou - diga para Ivinne e Lucy cuidarem da Zadilla direito, ela é muito frágil. A ordem se aplica a você. Cadê os novatos?
- Não chegaram ainda do Monte de Areia - Ratta respondeu, olhando para a direção do deserto - acho que o I* está pegando muito pesado com eles.
- Hmpf - Bel crispou os lábios de irritação - eu vou falar com Gerogie. Volte à sua posição.
- Está bem, Comandante. Está bem.
Ratta voltou à Caverna Vermelha com a retidão de uma soldada.

Enquanto isso, Bel tentava calcular uma estratégia.
As Campinas... lembrava-se do território. Grama para todos os lados, floresta, mar. Não havia nada com fogo por perto, então talvez por isso não pudesse levar um dos vermelhos. Mas se perto do mar, havia uma praia e a floresta continha cachoeiras, riachos e uns pequenos pântanos, então podia-se arriscar a levar uns azuis e uns negros, quem sabe? Precisava pensar bastante.
Era a mais alta comandante relacionada aos dragões, pois acima dela só havia o General Lucien e este estava prestes a se aposentar e "ter mais tempo com a família", de acordo com ele próprio. E na opinião de Bel, ele só subiu, pois conseguira subornar o rei de modos impróprios, já a incompetência dele para mexer com dragões era absurda.

Percebeu que faria vinte e sete anos dali a dois dias. Que estranho, nem lembrar do próprio aniversário, tão entretida que estava em se ocupar dos dragões!
Vinte e sete anos... mas parecia dez anos mais nova, graças a habilidade mágica em seu sangue. Assim como Umrae que era três anos mais velha que ela, porém Bel apostava todos os seus dragões verdadeiros que Umrae ainda mantinha a mesma face jovial que tinha ao treiná-la quando ela foi nas Campinas, ao dezessete anos.
- Vamos. - disse para o cavalo.
E assim ela se dirigiu ao pequeno vulcão, ao oeste.

Respostas à comentários:
- Umrae: não, sem chance. Como pode ver, todos os reinos em volta foram atacados pelos demônios. E os elfos estão muiiiiito longe para conseguir sequer imaginar o que há de podre no reino das fadas.
- Polly: com certeza, né? Sua participação mal começou *-*
- Kibii: siim, escreverei mais capítulos e já sabes seu fim -rs

5 comentários:

. L disse...

Pra variar, amey. *o*
Tá cada vez melhor!

Umrae disse...

Mancada, me envelheceu mais 6 anos do nada... Tudo bem que meio-elfos com 40 anos ainda tem carinha de vinte, mas não precisa avacalhar. Trintona e solteira, que deprimente!
Fora isso, excelente, aguardo ansiosamente a continuição.
E se eu não conseguir falar com você esses dias no Neo, Feliz Natal!
Bjão!

PollyQueiroz disse...

Ameeeeei *o*

cavalim *-*

luna, tá cada vez melhor... e a morte da yohana foi mto bela...

Bjussss

PollyQueiroz disse...

babei

olha meu desenho alííííí

obg luníssima

tá lindo!!!

. L disse...

Hahahaha, euri com o comentário da Umrae! :D