Catherine quis fugir.
Fugir para bem longe, nunca mais encontrar alguém com poder igual ou maior do que o dela. Aliás, queria viver uma vida que não encontrasse ninguém com alguma magia. Sentia seu ombro sangrando, mas sabia que a dor que vinha de seu peito não era pelo ombro, é pela perda. Pelo fracasso, pela ingratidão.
Olga me perdoaria?
O cristal ao seu redor. As estátuas espatifadas.
Coisas pequenas, mas juntas formavam uma bagunça cristalina tão imensa, e com pingos de sangue! Viu que aquele demônio a quem quase matara junto com Elyon acordara, e agora encarava tudo com medo. Abraçava os próprios joelhos e tremia covardemente, os cabelos caídos em cima do rosto.
- Pronto. Agora falta você, minha doce Catherine - Ophelia se levantou, afastando uma Elyon morta do colo. Seu corpo estava normal, exceto pelos braços que mais pareciam estarem amputados: as pinças se tornaram finas demais para serem reconhecidas como parte inteligente do corpo de Elyon. Catherine se levantou, as lágrimas correndo.
Não que tivesse algum amor pela própria vida.
É que simplesmente foi um choque constatar o real poder de Ophelia.
Jamais imaginara que Ophelia conseguia alguma coisa além de modificar o próprio corpo para lutar. Vira a espada nas costas de Elyon, espada que sequer foi utilizada. Era uma verdadeira relíquia da época que os demônios dominavam o mundo e que as fadas eram pequenas demais, donas de coisas pequenas demais. Mas nenhuma espada seria suficiente para conter Ophelia. Realmente acreditava que Ophelia se limitava ao próprio corpo, porém tal limite era vago demais. Mas agora...
... Ophelia conseguira destruir Elyon sem precisar ferir sua face.
Como assim?
Quando foi que Ophelia aprendera isso?
- Céus - Catherine se encostou à parede.
Não conseguia entender.
Ainda que Ophelia fosse mais poderosa, como Elyon perdera tão fácil? Ela poderia ter feito qualquer coisa: se transformado totalmente, ter movido as suas pinças contra Ophelia, ter manipulado as sombras como fazia de brincadeira em dias de paz, ter feito qualquer coisa! Mas... ela simplesmente encarou a Majestade e mal tempo de gritar teve: desabou, seus olhos vítreos, espada perdida, pinças fracas, corpo frio.
- Majestade, pare! - Alicia gritou de repente.
Ela não devia ter feito isso.
Estava sendo testemunha de uma coisa muito importante: a subtração de uma Musa e a demonstração de um poder desconhecido, mas mortal. Então porque não aproveitava e assistia o espetáculo, calada, do começo ao fim? Tinha que gritar? Tinha que dar uma de Mayu parando Lucy e Nana*? Ora!
Ophelia a encarou com despeito, como se não acreditasse em tamanha ousadia.
- Saia daqui, Alicia! - gritou, ao mesmo tempo que Catherine também berrava:
- Fuja daqui!
Alicia parou, temerosa. Tremia dos pés à cabeça, sem saber o que fazer. Não queria fugir, seria covardia demais. Mas também queria fugir, porque ficar era estupidez. Voltou ao quarto onde Lala dormia, confusa e com a visão turvada pelas lágrimas. Abriu o armário, com várias roupas de Lala. Não queria pensar que era um roubo, quando simplesmente escolheu um manto negro para se cobrir. Fugiria. Sim, fugira dali antes que morresse. A cada dia que passava, Ophelia estava a beira da loucura. Lala estava inconsciente e ferida, Ravèh morreria provavelmente, a família real já perecera, e Ophelia matara uma das Musas pela primeira vez em anos e anos.
Se perguntou o que Lala acharia disso.
De tudo isso.
Se sentou na beirada da cama, encarando Lala adormecida. Nunca reparara em como ela era estranhamente bonita, com os lábios meio que alaranjados e os cabelos que pareciam queimar de tão viva que era a cor. Havia sardas sutis no nariz e nas bochechas, e ela dormia de um jeito que a fazia parecer um anjo. Nada daquela criatura terrível que era o apoio emocional de Ophelia.
- Ah, Lala! - Alicia suspirou - porque está do lado de Ophelia?
Desalentada, saiu do quarto. Para onde? Não sabia. Mas para qualquer lugar que ainda fosse são, porém duvidava que existisse um lugar desse no mundo.
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O pântano era lamacento, mas isso não era novidade nenhuma.
Ratta estava molhada de lodo até as coxas, tentando alimentar um dos dragões negros. Segurava uma anta enorme, e o dragão parecia querer recusar a comida. As órbitas eram fundas e a cor negra se misturava a cor de osso presente nos chifres e nos dentes. Ela resmungou, sacudindo a anta na frente dele.
- Vamos! - disse brava - olha que deliciosa anta!
A anta não era nem um pouco deliciosa se fosse julgar pela visão, mas era só um detalhe. Ao mesmo tempo, Polly se ocupava com as correntes de ferro, verificando se estavam bem ajustadas. Bel estava não-sei-aonde, e todo o resto do pessoal que cuidava dos dragões negros estava dormindo de dia para assumirem o turno de noite.
- Finalmente! - Ratta resmungou, quando finalmente conseguiu fazer com que o dragão comesse a anta. Mastigou-a ruidosamente, a carne sendo dilacerada pelos afiados dentes. Conseguiu com que o dragão ficasse quieto, e aceitasse descansar junto aos negros dragões irmãos. Ratta suspirou, e saiu do pântano, sentando em uma das pedras em volta. Erevan apareceu, os cabelos negros revoltos lhe dando um ar sombrio. Ele parecia ser o senhor de alguma coisa bem sinistra, como o lorde de um castelo amaldiçoado.
- Bom dia, senhoritas - Erevan cumprimentou amigavelmente - achando muito difícil?
- Em Grillindor, nem é - Ratta confessou - eles são bem tranquilos. Mas aqui... diabos, tenho vontade de arrancar o couro deles!
Erevan riu, seu sorriso se tornando gentil e lhe conferindo um ar mais gracioso à sua atmosfera sombria. Ratta passou a mão nas orelhas de gato que tinha no crânio, uma caracteristíca estranhamente felina que tinha, assim como o rabo. Nunca entendera o motivo de ter essas anomalias, mas não era um incômodo completo (exceto pela parte de que tinha que se sentar de tal forma que o rabo não lhe atrapalhasse e também tinha que fazer um furo em toda calça que tivesse, mas eram detalhes a que ela já tinha se acostumado). Seus olhos esverdeados brilhavam na iluminação lúgubre que aquela região tinha. Provavelmente era evitada pelo povo das Campinas, de tão fácil que era se perder lá. Felizmente tinha muitos animais por lá, e não seria necessário tanta comida para alimentar os dragões. Quando se deu conta, Keishara se aproximou, sorrindo.
Se instalou ao lado de Erevan.
- Como vão? - perguntou, ao que Polly respondeu:
- Não sei - ela ajustou as correntes, verificou se todos os dragões estavam dormindo e suspirou, aliviada. Tinha feito tudo o que tinha de ter feito. Não saiu da lama, não estava muito incomodada a medida que as calças se ensopavam de lodo. Ela resmungou qualquer coisa, e chamou por Ratta - sua desgraçada - gritou - foi descansar enquanto me ferro aqui com essa maldita lama?
- Ora, os dragões já dormem - Ratta disse tranquila - o que de mal pode acontecer?
Polly só a encarou de forma muito irritada, fazendo Ratta rir, enquanto se levantava e ajudava Polly a sair de toda aquela lama, pois as rochas eram muito escorregadias e Polly parecia ter alguma deficência na medula espinhal de tão estabanada que era. Devia ter ido cuidar dos dragões azuis, onde mergulharia os pés em areia, mas Bel sabia que Polly se ajustava perfeitamente ao seu jeito desajeitado em superfícies escorregadias.
- Olá? - Rafitcha chegou. Parecia estar tímida, embora seus traços permanecessem duros e furiosos - trouxe o lanche.
- Arigatô - Ratta sorriu. Achava aquela mulher morena alguém muito doce, apesar do ar cansado que transparecia frequentemente - você é?
- Rafitcha - respondeu, entregando a cesta nas mãos de Ratta - sou residente de Campinas desde a minha juventude.
Polly abriu o cesto, vendo que tinha um pedaço de bolo de trigo. Sorriu, engolindo-o. Ela sorriu generosamente:
- Obrigada - disse - caçaremos algum bicho hoje, para termos carne no jantar. Que acha?
- Bela idéia - Rafitcha disse friamente - quem sabe os nossos estômagos se sintam bem.
Seu sorriso foi gentil até.
Mas havia em seu semblante um cruel ar de tristeza. Ela deu as costas e saiu, indo até o celeiro. Tomaria os ovos das galinhas e seria a última vez que teriam ovos. As galinhas tinham posto bastante, mas elas bem se lamentavam.
A última vez que teriam ovos.
Pode não parecer, mas cada vez mais os habitantes de Campinas se viam afundados em depressão. E ovos faltando é só uma minúscula parte disso tudo.
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Catherine não chorou.
Ela estava ferida, e não se regenerou. Estava tonta demais para tentar algo do tipo, e sentia que seria uma traição caso ficasse bem. Olga morrera para que todas ficassem bem, Elyon perdera na luta porque fizera uma estúpida promessa de vingar Olga e não conseguiu. Agora ela que estava com esse destino nas mãos. Todas as outras companheiras fugiram da luta, e foram fiéis ao desejo de Olga. Mas ela mesma, estúpida e idealista, fora com Elyon em busca de sede.
E esqueci que eu não poderia perder mais alguém...
- Oh, céus - Catherine deu um passo para trás, perguntando-se como cargas d'água chegara a aquela situação. Parecia-lhe irreal. Elyon caíra, Ophelia tinha muito mais poder do que demonstrara, as lágrimas pareciam querer escapar dos seus olhos, mas tentava resistir. Como resistir, como aguentar? Dizem que Deus nunca dá um fardo maior do que a pessoa pode aguentar...
... sabemos todos que é mentira.
Encarou Elyon, caída, e não conseguiu mais. Chorou.
- Para trás!
Quantas vezes Elyon lhe empurrara para trás, julgando-se capaz de salvar a amiga? Quantas vezes ela encarara a fria lâmina? Quantas vezes ela se lamentou?
- Olga? Olga se sacrificou para manter a gente viva e você vem e diz que vai morrer por ela!
E agora embarcara na loucura. Droga, droga, droga. Devia ter dito 'não', devia ter falado que não podia, devia ter derrotado Elyon na luta, devia ter prendido ela em casa, devia ter protestado. Devia ter machucado mais a amiga só para protegê-la de algo que ela não podia curar. Devia ter feito tantas coisas, que nunca fez...
Abraçou a própria barriga, cansada, entregue, ofegante.
- Já chorou? - Ophelia murmurou. Parecia compadecida, sentindo alguma compaixão. Mas sabia as duas, Ophelia e Catherine, que compaixão não existia ali. Existia somente a frieza, a crueldade. - é a sua vez agora.
Quando Ophelia golpeou Catherine, ela se defendeu.
Defendendo-se, recuava, as lágrimas lhe cegando a razão. Ophelia conseguiu segurar seu braço, Catherine parou de tentar fugir. Fugir não levaria a nada, só a alguma solução não muito agradável, e ela desabou. Desabou mil vezes na própria consciência, amargurada pelo arrependimento e agora tudo lhe parecia inútil. Só lhe restava não repetir o erro pela segunda vez: aprender que deveria ficar viva de uma vez.
Não recusou, estava com medo de que seu braço fosse rasgado. Não sabia se aguentaria uma regeneração tão intensiva do tipo, e só queria mergulhar a si mesmo em autopiedade.
Se houvesse alguma música para esse momento, seria uma o tema de Kamiya Kaoru, somente instrumental. Porque as notas ressoavam em sua cabeça de forma depressiva, como relances de paixão que se perdeu no tempo. E quando a música ficava mais alta, era porque Catherine sentia, sentia muito mais dor, fisgada no peito que lhe feria inebriantemente. Ela fechou os olhos.
Não, não iria morrer.
Deu um sorriso desajeitado e ignorou Ophelia quando ela se aproximou.
Ela afrouxou a segurança do seu braço, Catherine se livrou.
E como um tigre acuado, se afastou, recolhendo-se à parede de cristal. A encarava como alguém que sentia medo e coragem, como se eles fossem a mesma coisa. Alguém.
Alguém.
- Não pense em escapar!
Ophelia se moveu rapidamente, pés deslizando pelo cristal, cabelos esvoaçando e estranho aroma de terror no ar, fazendo Catherine cobrir a cabeça com as mãos, a espera do golpe decisivo. Sentiu um dos punhos roçar em seu ombro, no machucado, o suficiente para lhe provocar um intenso choque que lhe paralisava. Ela ofegou. Musas nunca deveriam ofegar.
- Não - Ophelia lhe pressionou a garganta - não.
Foi como cair em um profundo abismo.
O céu azul ficava cada vez menor, a escuridão lhe engolia cada vez mais, as trevas eram cada vez mais presentes, e sentia mais e mais frio. Piscava os olhos, confusa, as lágrimas lhe atordoando e a dor se fazendo ficar tão presente que a tornava surda e insensível aos golpes e gritos da oponente que lutava com fúria, tentando lhe asfixiar. Sentia aquela estranha consciência de que tudo terminaria ali.
Melhor se terminasse.
Uma mulher pode dizer que a maior dor que já sentiu é a de parir uma criança, e um homem se sente profundamente ferido quando tem os órgãos baixos atingidos por um belo chute. Mas Catherine não era um homem e nunca teve um filho, de modo que se fosse interrogada depois, ela diria que a maior dor aconteceu no momento exato que ela bateu a cabeça para trás, tentando se desvencilhar de Ophelia, e sentia a garganta sendo comprimida, o ar lhe faltando, o coração batendo acelerado, desespero e lágrimas lhe dificultando a respiração mais do que o comum. Para ela, foi como se Ophelia estivesse abrindo sua traquéia, remexendo em seus ossos, comprimindo suas artérias.
- Estava pensando em lhe deixar viva - Ophelia sussurrou - pelo que me lembro...
Ela chegou mais perto, deslizando cada vez mais próximo, sua voz tão macia.
- Você era amiga daquela - Catherine perdeu a consciência quando bateu de novo a cabeça.
Não iria adiantar. Ophelia podia ser menos experiente, mas a consciência perversa semeada pela mãe lhe impulsionava, e ela já sabia o suficiente para se virar. Era claramente cruel, e Catherine não duvidava de que ela fosse psicopata.
Se perdeu na escuridão, seus olhos se turvando.
Seu coração que havia parado de bater retomou as batidas calmamente.
Estava por um fio, mas ainda não era o suficiente. A morte lhe abraçou por um momento, mas o abraço não durou o tempo que Catherine queria. E, sentindo-se gelada, percebeu que ainda estava no castelo, seu ombro doía, à mercê da rainha mais cruel que esse reino já vira. Deslizou para os braços de Morpheus a contragosto.
Precisava de paz.
* Mayu: personagem do anime e mangá Elfen Lied que tenta fazer com que Lucy e Nana parem de lutar (e elas não escutam, obviamente, e o saldo da luta é [spoiler episódio 4] que Nana tem os quatro membros aniquilados, sendo obrigada a usar próteses. Pelo menos ela não sente mais dor depois, se alguém pega seu braço ou perna).
Sim, acho que imaginarei a reação 'capítulo enrolation'. Sorry... esse capítulo era pra ter terminado na segunda-feira, porém recebi uma notícia triste que me abalou muito... talvez eu tenha escrito os últimos parágrafos imersa na melancolia, e acho que o resultado saiu mais superficial do que eu esperava. Descobri que a minha tendência é inversa ao 'normal': escrevo melhor quando estou feliz. Mas agora estou melhor, afinal nada se pode fazer contra a morte, exceto aceitá-la. Não é? Eu escrevo sobre mortes o tempo todo, então a minha atitude deveria ser encará-la como natural. E uma semana depois da notícia, estou bem ^^
Ratta, de que religião você é? Que eu me lembre, é só a wicca que acredita nos elementais, não consigo lembrar de outra :B
E sim, Umrae, o pessoal de Campinas já está com medo e esse pessoal de Grillindor só assusta mais: eles não sabem se desconfiam ou se confiam. Bel foi bem egoísta em ter pensado em Zidaly, enquanto ela deveria se concentrar no problema maior. Porém mesmo ela não se sente uma heroína: só foi pagar um favor que devia a Umrae e salvar a própria pátria do avanço dos demônios antes que fosse tarde. E assim se aplica ao resto dos 'salvadores'. Ainda haverá muitos conflitos entre os dois grupos, principalmente nessa questão de 'heroísmo'. Afinal deve ser assustador receber a missão de ganhar uma guerra para que um 'país' não se afunde no abrigo de uma vez por todas, assim como deve ser aterrorizante perceber que precisa de pessoas egoístas para conseguir viver normalmente. Quero tratar bastante todos os pontos de vista: o de Rafitcha que não consegue confiar, o de Umrae que recebeu o encargo de salvar o país, o de Bel que quer salvar todo seu exercíto sabendo que isso tem poucas chances de acontecer, enfim, todos. :)
2 comentários:
Lunoska, vc acertou, sou Wiccana, iniciada faz quatro anos. :)
Bom, quanto ao capítulo. Eu adorei.
Primeiro pq eu vibrei ao ler "Ratta" ali... *-* Depois q Alicia finalmente resolveu fugir, eu já estava ficando ansiosa por ela, apesar de não saber se a fuga será bem sucedida. Curti também o exemplo "Mayu x Nana x Lucy" que vc deu. :P
Bom, Lunoska, qto ao nível de "melosidade" do post... Eu não achei que ficou melooso não... Ficou natural pra um post que fala de morte. A propósito, seja lá o que tenha acontecido com vc, se precisar desabafar, vc sabe que estou aqui, não é? É só me dar um grito que eu respondo correndo, meu bem.
Se cuide.
;**
Está tudo bem mesmo? Se quiser conversar, você tem os meus contatos.
O ponto de vista da Bel eu entendo, só disse que até eu deixar é outra história. Eles não se sentem heróis e até então não o são, só é o meu dever, como é o de todo bardo, fazer com que assim pareçam, dessa forma inspirando o exército a dar o seu melhor.
Quando uma musa morre, o que acontece com o mundo envolta? Quando um deus é destruído, todo o mundo em volta sofre com isso. Coisas estranhas acontecem com a natureza e as leis da física por um bom tempo. Camadas dos planos etéreos se retraem, expandem e se modificam de diversas maneiras. A magia como um todo falha ou tem resultados imprevisíveis, diferentes dos pretendidos (às vezes muito mais poderosos ou destrutivos).
Mesmo não sendo deuses, quando morre uma grande quantidade de seres de magia muito poderosa de uma vez, de maneira não natural, a teia de magia que mescla ao plano material sofre danos, às vezes irreparáveis (é um dos motivos do aparecimento de zonas de magia morta, ou seja, em que nenhuma espécie de magia funciona). Quando uma musa morre, acontece o que? E com ela? Mortais têm almas, elementais não, quando morrem eles se desintegram e se fundem ao plano elemental de onde vieram. Mas e as musas? O que elas são?
Outra coisa: sobrou alguma coisa em Heppaceneoh? Há sobreviventes? E nos reinos ao redor? Pessoas que devamos resgatar? Não é possível que não tenha sobrado nada. Se não tiver, então vamos fazer a matança geral dos demônios, para que não sobre ninguém sobre quem a Ophélia possa reinar (não que eu ache que os demônios tenham alguma intenção de obedecê-la realmente uma vez que acabem os humanos a serem devorados).
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